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Três dos principais chefes da TV Globo podem cair do cargo. Crise na grade de programação precisa ser revertida até abril de 2025

Amauri Soares, diretor geral do canal
Foto: Reprodução
Amauri Soares, diretor geral do canal


A presidência da TV Globo conversou recentemente com o conselho do Grupo Globo para discutir a crise de audiência na emissora, que teria se estendido agora à grade de programação do canal. De acordo com fontes da emissora, um prazo teria sido definido - abril de 2025 - para reversão dos resultados. Caso o canal consiga atingir novamente patamares mais altos, três poderosos cargos podem ser substituídos ao longo do ano de 2025.

Um dos cargos é de maior poder dentro do canal. O diretor geral Amauri Soares não estaria fazendo uma boa gestão aos olhos do conselho e um novo nome já vem sendo pensado nos bastidores da emissora.


O sinal vermelho também tocou para a direção de jornalismo e o nome do executivo Gustavo Villela, que entrou após anos no lugar de Ali Kamel, também passa por descrenças no 'aquário dos Marinhos'. Recentemente a emissora rompeu contrato com um dos principais diretores da área de entretenimento do canal, Boninho.

Vilamarin, executivo responsável pelo setor das novelas também sente grande pressão em relação a manutenção no cargo, visto que as novelas têm atingido em todas as faixas índices catastróficos de audiência, além de grandes demandas judiciais que têm aparecido em relação as obras.

Ainda de acordo com fontes no executivo do canal, os diálogos foram iniciados até a conclusão de que o programa é geral em toda a grade. Se antes o canal havia começado a perder força no setor de dramaturgia, as métricas atingem agora os principais produtos da casa, inclusive o setor de jornalismo, a exemplo do Fantástico, Jornal Nacional, Jornal da Globo e o Jornal Hoje. Ambos perderam considerável público telespectador.

Na última semana o Jornal ancorado por César Tralli empatou na audiência com o Balanço Geral, da Record, ficando na casa dos 8 pontos. Já o telejornalístico apresentado por Renata Loprete também amargou um dos piores índices da madrugada. Ainda de acordo com fontes da programação global, o conselho classificou como "imperdoável" o atraso do segmento na cobertura da tragédia no Rio Grande do Sul. O canal teve maior enfoque no show da Madonna, chegou atrasado nas coberturas e foi alvo de muitas críticas por parte do público telespectador e da população local. O Fantástico, por exemplo, tenta a meses reagir e o canal vem perdendo frequentemente a liderança na faixa noturna em alguns horários para Patrícia Abravanel, que chegou a ficar recentemente dois pontos na frente da líder de audiência.

A área de entretenimento também sofre uma enxurrada de críticas. O Rock in Rio com Marcos Mion também registrou um dos piores índices da madrugada, sem contar a cobertura de Carnaval que acabou virando motivo de críticas e chacotas dentro e fora da Globo.

Fontes da coluna informam que o conselho teria estipulado até abril do próximo ano para os números serem revertidos. Algumas mudanças foram estipuladas para que entrem em prática logo após as eleições. 

Uma delas é uma espécie de "desgurmetização" do Globo Repórter. Dentro de um plano estratégico para reconquistar telespectadores, a ordem e trazer o programa para uma realidade mais próxima e factual do brasileiro. Neste sentido, a presidência também teria pedido a volta de quadros com ampla participação do telespectador em todos os jornalísticos, principalmente nas praças espalhadas pelo país. A ordem é que mantenham ou retornem com quadros em que o repórter é acionado pela população e que um calendário seja criado pelo jornal para a cobrada de soluções às autoridades.

Neste sentido, os programas de entretenimento estão recebendo ordem também para que os apresentadores deixem os estúdios em algumas ocasiões e pautas e tenham maior contato com os telespectadores durante externas.

 Se o cenário não foi revertido até abril, fontes que transitam no corpo executivo da emissora informaram que os cargos podem ser derrubados para a chegada de novos diretores. A notícia vem causando desconforto interno entre vários colaboradores, uma vez que esses cargos diretores costumam perder suas equipes quando deixam a cadeira, bem como trazem também novos colaboradores quando efetivados.