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Lisa Gomes: uma conquista de representatividade na televisão brasileira

Feito deixou gostinho de esperança: um país em que o talento, a competência e paixão sejam únicos critérios para se conquistar um espaço

Lisa Gomes
Foto: Reprodução
Lisa Gomes


No último dia 23, a televisão brasileira viveu um momento histórico e profundamente simbólico. Lisa Gomes, minha amiga, e repórter da RedeTV, tornou-se a primeira mulher trans a ocupar o posto de apresentadora de um programa de TV no país. O feito, além de quebrar barreiras, celebra a força, a determinação e a representatividade de uma profissional que nunca escondeu o sonho de ocupar esse espaço e que agora serve de inspiração para milhares de pessoas.

Lisa não sentou-se em uma bancada de telejornal — uma imagem que poderia simbolizar a realização de um sonho antigo. Ela foi além. Em pé, no centro de um estúdio, com a postura firme e a cabeça erguida, Lisa mostrou que o protagonismo vai muito além de um lugar físico. Ali, ela representou a resiliência e a capacidade de lutar contra as limitações impostas pela sociedade.

Sua presença no meio televisivo brasileiro não é apenas uma conquista pessoal, mas um convite para que outras pessoas trans acreditem que podem sonhar e alcançar qualquer objetivo, sem se limitarem aos papéis que lhes são impostos como concessões.

Ao lado de Leão Lobo, que também representa uma geração que abriu portas para a diversidade, Lisa protagonizou uma verdadeira celebração. O encontro entre essas trajetórias foi simbólico: o diálogo entre uma geração que pavimentou o caminho e outra que hoje avança com coragem e determinação. Foi um momento emocionante e que inspira não apenas a comunidade LGBTQIA+, mas a todos os brasileiros que acreditam no poder transformador da inclusão e da representatividade.

Esse marco, no entanto, não seria possível sem o espaço oferecido pela RedeTV, que merece ser reconhecida por sua coragem e visão ao apostar na pluralidade de vozes. O gesto de dar voz e espaço à Lisa reflete a importância de uma mídia que acompanha os tempos e se compromete com a representatividade real. Mais do que um ato de inclusão, essa decisão é um passo firme em direção ao futuro que todos desejamos construir: um país em que o talento, a competência e a paixão sejam os únicos critérios para se conquistar um espaço.

Por fim, a maior celebração é, sem dúvida, para Lisa Gomes. Sua trajetória é a prova de que o lugar dela é onde ela quiser. Ontem, assistimos à história sendo feita, com muita alegria, amor e esperança. Lisa, com sua luz, fez da televisão um palco ainda mais inclusivo e mostrou que a transformação acontece quando alguém acredita e trabalha por isso.

Que esse Natal seja marcado por essa conquista e que a gente possa continuar aplaudindo de pé cada passo dado em direção a um Brasil mais justo e representativo.