Gusttavo Lima
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Gusttavo Lima


A entrada de mais um “outsider” na política brasileira reacende debates sobre os perigos de confundir popularidade com competência para governar. O termo “outsider” é usado para descrever uma figura que, sem qualquer experiência ou histórico político, surge como promessa de renovação. Embora o Brasil esteja saturado de políticos tradicionais e suas falhas crônicas, o risco de apostar em figuras externas, muitas vezes movidas pela fama e sem preparo, é enorme. A política não é um palco, e a gestão de um país exige mais do que carisma e números nas redes sociais.

Gusttavo Lima, famoso por sua carreira musical e por polêmicas que marcaram sua trajetória, exemplifica esse perigo. O cantor, que coleciona controvérsias — desde colocar crianças (os próprios filhos) para dirigir ,até enfrentar acusações de lavagem de dinheiro —, surge agora como mais um nome cotado para a política.


Apesar de ser um artista querido e solidário em momentos de tragédia, seu comportamento público demonstra uma preocupante falta de razoabilidade e maturidade para lidar com questões complexas que afetam milhões de vidas. A política exige conhecimento técnico, sensibilidade social e capacidade de diálogo, elementos que claramente não se adquirem com sucesso no entretenimento ou com uma vida de ostentação como a do sertanejo.


A candidatura de celebridades ou empresários de sucesso muitas vezes se sustenta na crença de que “o diferente” pode solucionar problemas antigos. Contudo, é ingênuo acreditar que apenas a fama ou o carisma podem conduzir decisões estratégicas em economia, saúde ou relações internacionais. Não é suficiente ser querido pelo povo; é preciso compreender o que significa representar o povo.

No caso de Gusttavo Lima, a preocupação parece menos com as transformações necessárias ao país e mais com a obtenção de poder, algo evidente em sua trajetória marcada pela exibição de riqueza e influência, e não pela busca constante por justiça social ou mudanças estruturais.

É importante que a sociedade esteja atenta para não cair em novas armadilhas. A figura de “mitos” e “heróis” já demonstrou ser um caminho perigoso, com consequências graves para a estabilidade do país. A política brasileira não precisa de mais shows de pirotecnia; precisa de líderes com capacidade técnica e comprometimento real com a transformação social. Quando alguém sem preparo ocupa um cargo de alta relevância, é inevitável que ele se torne um fantoche de interesses ocultos, manipulável por quem já domina os bastidores da máquina pública. No caso do cantor, claramente o Ronaldo Caiado, que esteve à mesa com Andressa e a esposa no especial de Natal do SBT, enquanto o pai do sertanejo ficou sentado na plateia, gerando alguns comentários por parte do público.

No fundo, essas candidaturas não representam renovação, mas continuidade de práticas antigas, maquiadas por rostos novos e estratégias de marketing. A política é um campo que impacta diretamente a vida de milhões de brasileiros e exige mais do que frases de efeito ou gritos de “bebê, bebê”. Se não encararmos o voto com seriedade e responsabilidade, corremos o risco de assistir ao Brasil virar palco de mais uma tragédia política, com interesses privados sendo mascarados por promessas vazias de mudança.

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