No reality show mais vigiado do Brasil, a disputa sempre gira em torno de estratégias, alianças e desafetos. Mas e se, em vez de “Big Brother”, o programa se chamasse “Best Brother”? Se o critério para vencer não fosse a grandeza no jogo, mas a excelência na amizade? Nesse caso, Vinícius já poderia levantar o troféu. Desde o início da edição, ele mostrou que seu compromisso vai além da competição: é um pacto de lealdade.

Na polêmica votação do Quarto Magia, quando todos abandonaram Aline para se protegerem, Vinícius foi o único a se manter firme ao lado dela. Não hesitou, não calculou, apenas seguiu o que seu coração mandava. Em um jogo onde a traição é tratada como esperteza, a postura dele destoou. Sua amizade não depende de conveniências ou de cálculos estratégicos; ela é instintiva.

O mesmo aconteceu no Sincerão. Quando João gritou com Aline, enquanto os demais assistiam passivamente, Vinícius se impôs. Não houve um segundo de hesitação, não precisou refletir se valia a pena comprar a briga. Ele simplesmente defendeu a amiga, porque é isso que ele faz. Sua proteção é instintiva, automática, como um reflexo natural. E o instinto de alguém diz muito sobre sua essência.

E qual é a essência de Vinícius? Leal. Só quem tem a lealdade dentro de si consegue agir com essa entrega, sem esperar nada em troca. Em um jogo onde tantos são frios e calculistas, onde as relações são construídas e desconstruídas conforme a conveniência, Vinícius age de forma rara: ele sente primeiro e pensa depois em relação à amizade.

Num mundo que valoriza cada vez mais a esperteza e menos a lealdade, encontrar alguém cuja amizade é um abrigo seguro é um verdadeiro privilégio. No Big Brother, talvez ele não vença. No Brasil, que tem bons predicados morais e cívicos não costuma ganhar nada no sistema em que os espertos acabam saindo na frente. Mas, no final, não é sobre o sistema, mas sobre quem somos. E no “Best Brother Brasil”, ele já ganhou.