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É preciso ser absolutamente franco diante do que se vê. O SBT não encontrará seu rumo apoiando-se nas sugestões de Ratinho e César Filho para definir sua grade de programação. Ambos possuem um conhecimento televisivo louvável, mas isso não os credencia a ocupar o papel estratégico que cabe exclusivamente a um diretor de programação. A emissora precisa, de uma vez por todas, compreender que a construção de uma grade sólida e coerente não pode ser fruto de debates dispersos entre apresentadores e consultores informais.
O resultado dessa condução errática tem sido catastrófico. A cada dia, o SBT anuncia novas mudanças, especialmente no telejornalismo, alterando horários e apresentadores em um ritmo frenético. O público, desorientado, já não sabe mais quando um programa começa, quando termina e, pior, quem estará no comando. Esse nível de instabilidade é corrosivo para qualquer emissora que pretenda ter relevância e fidelizar audiência.
A solução? Nomear um diretor de programação altamente capacitado, alguém que não apenas tenha vasta experiência, mas que também seja um estudioso do assunto, um profissional que conheça profundamente os modelos de sucesso das principais emissoras do mundo. Não há atalhos nesse processo. O SBT precisa abandonar a crença de que figuras como Ratinho e César Filho — por mais respeitáveis que sejam dentro de suas funções — podem suprir essa lacuna. Eles são apresentadores, não estrategistas da programação.
Doa a quem doer, enquanto o SBT continuar ignorando a importância desse cargo e dispersando as decisões, o barco seguirá navegando à deriva, precisando, a todo momento, esvaziar a água que ameaça afundá-lo.