
O Big Brother Brasil 25 atingiu um novo patamar de desfaçatez. Não bastasse a previsibilidade dos roteiros que, ano após ano, tornam o programa mais um teatro do que um reality show, agora nos deparamos com um escândalo que desafia qualquer limite da credibilidade. Gracyanne e Vitória trouxeram à tona um aspecto que sempre foi especulado, mas que, até então, nunca havia sido exposto de forma tão descarada: o direcionamento vindo do confessionário.
O caso de Gracyanne é o mais escandaloso. Ao relatar que recebeu a “orientação de Deus” para indicar jogadores novos ao paredão, ela não apenas insulta a inteligência do público como escancara o nível de manipulação que acontece nos bastidores do programa. Ora, não sejamos ingênuos: a divindade a que ela se refere não é o Deus do universo, mas sim o Deus do confessionário, aquele que sopra as decisões convenientes para manter a narrativa que a produção quer empurrar goela abaixo da audiência.
Vitória, por sua vez, reforça a gravidade do problema ao dizer que pediu três respostas e as recebeu. Isso levanta uma questão fundamental: que tipo de interação realmente acontece dentro daquele espaço supostamente neutro? O confessionário, que deveria servir como um ambiente de desabafo e votação individual, tornou-se um canal de interferência descarada. A mensagem é clara: quem conversa ali não está apenas falando com a produção, mas recebendo orientações que podem mudar os rumos do jogo.
O mais revoltante, no entanto, não é nem a farsa encenada por participantes que aceitam esse jogo de cartas marcadas, mas sim a omissão da TV Globo diante das denúncias. Procurada para se manifestar, a emissora simplesmente ignorou o caso, como se o público fosse um bando de tolos que aceitam qualquer justificativa implícita ou fingem que nada aconteceu. Esse silêncio ensurdecedor apenas confirma o que há muito tempo já se suspeitava: o Big Brother Brasil não é um jogo de convivência, e sim um experimento de manipulação televisiva.
Se a Globo pretende continuar vendendo o BBB como um reality show autêntico, precisa urgentemente dar explicações e provar que o jogo não está sendo conduzido nos bastidores. Do contrário, resta apenas admitir que o programa é um espetáculo roteirizado, onde as peças se movem conforme a vontade dos diretores. Não há nada mais inaceitável do que um jogo que finge ser democrático enquanto puxa as cordinhas para moldar vencedores e vilões conforme sua conveniência.
A audiência já não pode mais fechar os olhos para essa farsa. Não se trata de torcida, favoritismo ou estratégia de jogadores. Trata-se de uma questão moral: quando um reality show depende de manipulação oculta para sobreviver, ele se torna qualquer coisa, menos um jogo justo. O BBB 25 acaba de escancarar a própria hipocrisia – e, francamente, não há nada mais patético do que isso.