
Recentemente, a cantora Baby do Brasil causou indignação ao incentivar vítimas de abuso sexual a perdoarem seus agressores, inclusive quando os abusos ocorreram no âmbito familiar. Durante um culto na casa de shows D-Edge, em São Paulo, ela declarou: “Perdoa tudo o que você tiver no seu coração aqui nesse lugar. Perdoa. Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi da família, perdoa.”
Essas declarações são profundamente problemáticas e perigosas. Ao sugerir que vítimas de crimes tão graves devem simplesmente perdoar seus agressores, Baby do Brasil ignora as complexidades emocionais e psicológicas envolvidas no processo de superação de traumas. O perdão não pode ser imposto ou incentivado de forma leviana; ele é uma jornada pessoal que deve respeitar o tempo e o espaço de cada indivíduo.
Além disso, tal posicionamento pode desestimular denúncias e perpetuar a impunidade. Quando figuras públicas minimizam a gravidade de crimes sexuais, enviam uma mensagem perigosa à sociedade de que esses atos podem ser perdoados sem consequências legais ou sociais. Isso não apenas desrespeita as vítimas, mas também enfraquece os esforços para combater a violência sexual de maneira eficaz.
É essencial que líderes religiosos e personalidades públicas tenham responsabilidade ao abordar temas tão sensíveis. Em vez de pressionar as vítimas a perdoarem, o foco deveria estar em apoiá-las, garantindo que recebam o suporte necessário e que seus agressores sejam responsabilizados. Somente assim poderemos avançar em direção a uma sociedade mais justa e segura para todos.
Em suma, as declarações de Baby do Brasil são não apenas insensíveis, mas também perigosas. Elas subestimam a gravidade dos abusos e colocam em risco os avanços conquistados na luta contra a violência sexual. É imperativo que repudiemos tais posicionamentos e continuemos a apoiar as vítimas em sua busca por justiça e recuperação.