Alessandro Lo-Bianco
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Militar entra na Justiça contra Record e pede R$ 14 milhões

Ricardo Almeida virou pauta após tapa no celular de idosa na Pandemia. Ela gravou militar no mercado alertando sobre uso de máscara

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Foto: Reprodução
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Em um processo judicial que tramita no Tribunal de São Paulo chama a atenção pelo valor da causa. A ação teve o pedido de segredo de Justiça negado pela Justiça e envolve um militar e a emissora Record. Ricardo Almeida e Silva busca uma indenização de milhões contra o canal e membros da equipe do programa "Domingo Espetacular".

O autor alega que a emissora veiculou uma matéria difamatória, com conteúdos caluniosos e sensacionalistas, que atingiram profundamente sua honra e reputação. O caso remonta a um incidente ocorrido em julho de 2021, quando, durante uma visita ao Hortifruti. Na ocasião, o militar teria descutido com uma idosa pelo uso inadequado da máscara e, ao ser filmado pela senhora, deferiu um tapa contra o celular. Na época, o militar foi exposto pelas redes sociais e virou pauta do dominical.


No processo,  Almeida se defende e diz ter sido o verdadeiro alvo de uma agressão física e moral por uma cliente, que o acusou falsamente de não usar corretamente a máscara, desconsiderando sua deficiência sensorial. Ele alega nos autos que o  conflito gerado pela acusação culminou em uma série de ofensas públicas contra ele, incluindo xingamentos como "fascista" e "genocida" e "bolsonarista", o que teriam sido posteriormente amplificados pela "agressora e seu filho" nas redes sociais.

Almeida afirma na Justiça que o enfoque da pauta teria sido divulgado de forma indevida, gerando um impacto significativo em sua vida pessoal e profissional. Como resultado, o autor alega ter sofrido danos irreparáveis à sua reputação, tendo sido forçado a mudar de residência e enfrentar repercussões negativas em seu meio social e profissional, a exemplo da desmoralização fente à sua tropa.

Ele alega nos autos que a situação se agravou com a transmissão da matéria pelo "Domingo Espetacular", que alcançou mais de 12 milhões de telespectadores. Segundo o autor, o conteúdo da matéria foi responsável por danos materiais elevados, com a monetização indevida de sua imagem, o que teria gerado uma quantificação de danos que totaliza cerca de R$ 12 milhões. Almeida pede uma indenização de R$ 1,00 por visualização, destacando o "impacto significativo que a veiculação teve em sua vida". Além disso, solicita uma multa diária de R$ 1 milhão caso o conteúdo permaneça online.

A dimensão da ação é ainda maior, com o autor buscando que a emissora seja responsabilizada pelo "uso indevido de sua imagem" e pela "difamação que causou sérios prejuízos à sua integridade". O valor da causa chega a R$ 14 milhões, incluindo danos materiais e a multa diária, além da quantificação dos danos morais. A petição de Almeida ainda inclui um pedido de imediata remoção da matéria da internet.

Em meio a essa disputa, surge uma nova informação no processo, onde o advogado Claudio Marcelo Câmara, apontou que o autor está movendo ações semelhantes em outros juízos, questionando a veracidade da alegação de incapacidade financeira para custear o processo. O advogado afirmou que Almeida estaria tentando burlar o sistema judicial em busca da concessão da gratuidade da justiça, o que, segundo ele, não condiz com a realidade econômica do autor.

A juíza responsável pela análise do caso também se pronunciou sobre o valor da indenização afirmando que o montante é "manifestamente desarrazoado", uma observação que levanta questionamentos sobre a magnitude dos pedidos de Almeida. Apesar disso, a disputa continua em trâmite.