Alessandro Lo-Bianco
Exclusivo

Ressentimento nos bastidores do especial de 60 anos da Globo

Escolha de representantes do Jornalismo da casa gerou incômodo interno entre grandes nomes da emissora

William Bonner se torna o apresentador mais longevo do Jornal Nacional
Foto: Divulgação/Globo
William Bonner se torna o apresentador mais longevo do Jornal Nacional


Foi tudo bonito, emocionante e tecnicamente impecável no especial de 60 anos da TV Globo. A emissora mostrou ao público que domina como ninguém os recursos de tecnologia de ponta e produção televisiva. No entanto, nos bastidores da celebração, após um coquetel restrito para os nomes mais influentes da casa, um desconforto silencioso tomou forma — e veio justamente de onde se esperava apenas orgulho: do jornalismo.

A coluna soube que um dos maiores nomes do jornalismo da Globo, com anos de casa e relevância incontestável, fez uma crítica direta ao modo como os profissionais da área foram representados no especial. Segundo ele, era William Bonner e Renata Vasconcellos, âncoras do Jornal Nacional, quem deveriam ter carregado esse protagonismo ao longo da homenagem, representando todos os jornalistas da emissora.


De fato, Bonner e Renata abriram a celebração com sua presença institucional e simbólica, mas logo passaram o bastão para Maju Coutinho e César Tralli, que acabaram sendo os nomes mais associados aos produtos jornalísticos apresentados ao longo do programa. Ambos foram os rostos do jornalismo que conduziram blocos inteiros, apresentando reportagens e interagindo com conteúdos que refletiam a força da informação na trajetória da Globo.

A crítica feita por esse experiente âncora — cujo nome a coluna opta por preservar — foi endossada por outros profissionais que participaram da conversa, todos reconhecendo que, apesar do prestígio de Maju e Tralli, pode ter havido um desequilíbrio simbólico. A concordância, como puxa-saquismo ou não, foi endossada por outra jornalista. Ela observou que, embora compreensíveis do ponto de vista de renovação e representatividade, deixaram de lado a hierarquia simbólica interna da emissora.

No final, isso significa dizer que no palco da festa tudo foi luz e celebração. Mas nos bastidores, a memória institucional cobrou seu espaço — e apontou o que, para alguns, incomodou como uma falha editorial da noite.