Alessandro Lo-Bianco
Exclusivo

Silvestrini vira “dublê” de Cauã e Bella em ensaios separados

Atores não superam desavença, não se olham e não se falam antes da gravação, e Paulo Silvestrini precisa conversar de novo com os dois

Cauã
Foto: Reprodução/Globo
Cauã


A tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos segue inalterada nos bastidores da produção de Vale Tudo. Após três semanas de paralisação devido a um desentendimento envolvendo uma cena intensa, os dois voltaram a gravar na noite de ontem uma cena que precisou ser interrompida após desavenças no dia 12 de abril, mas sem qualquer reaproximação. Pelo contrário: o clima segue frio e hostil, a ponto de o diretor Paulo Silvestrini precisar adotar medidas radicais para garantir a continuidade do trabalho. Como os dois não se falam mais, Silvestrini agora ensaia as cenas separadamente com cada um — ocupando, na prática, o lugar de ambos durante os ensaios.

Antes mesmo da gravação começar, o diretor levou Cauã para um local totalmente reservado, sem acesso de nenhum outro membro da equipe, e conversou a sós com o ator por cerca de 35 minutos. Em seguida, fez exatamente o mesmo com Bella, em um segundo momento também privado e com a mesma duração. Essas conversas individuais foram uma tentativa de reduzir a tensão e preparar os dois para a cena que exigia interação direta, mas sem expô-los a um novo confronto.

A cena em questão exigia que Bella desferisse uma série de tapas em Cauã dentro de um carro — mesma sequência que havia gerado o conflito anterior entre os dois. Na ocasião anterior, Cauã abandonou o local, pegou o celular, e ligou para uma pessoa que escutava o ator esbravejar.

Para viabilizar a gravação, Paulo Silvestrini assumiu o papel de mediador físico e emocional: ensaiou com Bella toda a coreografia da cena, entrando ele mesmo no carro para substituir Cauã. Depois, repetiu o procedimento com Cauã, também dentro do veículo, mostrando como o ator deveria reagir aos tapas, orientando movimentos e cuidados técnicos para evitar qualquer incidente.

Além das conversas individuais e dos ensaios isolados, uma nova regra foi instaurada: Cauã e Bella não ensaiarão mais juntos. Todas as cenas que exigirem interação entre os dois serão preparadas separadamente com o diretor. Na hora da cena, Paulo pediu que todos deixassem o local, e a gravação foi feita apenas com o diretor, Bella, Cauã e o cinegrafista.

A decisão é um reflexo direto da falta de diálogo entre os atores, que sequer se cumprimentaram no set. Bella chegou primeiro e falou com toda a equipe; Cauã, que se atrasou quase uma hora, cumprimentou um a um com beijos, mas ignorou Bella — que também fingiu não notar sua presença.

Na hora da gravação, todos os profissionais foram retirados do set. Apenas Silvestrini permaneceu ao lado dos dois atores. O ambiente foi de completo silêncio. Enquanto contracenavam, sem trocar uma palavra fora da cena, era nítido o clima de ressentimento: os dois se fuzilavam com olhares carregados de tensão e hostilidade. Apesar da cena ter sido concluída tecnicamente como previsto, o clima emocional pesou e se manteve mesmo após a gravação.

Encerrada a tomada, Cauã e Bella deixaram o local sem se despedir, cada um indo embora por um caminho diferente, visivelmente emburrados. O clima entre os dois continua irreconciliável, e o desafio da equipe é manter a produção em andamento sem novos atritos. Enquanto isso, Paulo Silvestrini se divide nos bastidores: dirige a obra, ensaia com Bella como se fosse Cauã, e ensaia com Cauã como se fosse Bella — um esforço fora do comum para garantir que o trabalho não pare. Vale tudo para não dar mais erro.