
É curioso como, em tempos de internet vigilante, um episódio simples envolvendo adolescentes pode virar uma crise pública. A recente situação entre Duda Guerra, namorada de Benício — filho de Angélica e Luciano Huck — e outra influencer, por causa de um episódio de ciúmes, virou manchete de um escândalo nacional. Mas sejamos honestos: o que aconteceu foi uma cena bastante comum entre jovens. Uma garota teria adicionado o namorado de outra no Instagram, e essa outra foi tirar satisfação. A cena se repetiria em qualquer colégio, festa ou grupo de amigos adolescentes. Mas porque se trata de pessoas com sobrenomes famosos, a coisa ganha uma proporção completamente desnecessária.
Sim, Duda foi para as redes sociais comentar. E talvez ali esteja um componente do nosso tempo, que vale observar: o que chamamos de “DNA” — demasiada necessidade de aparecer — é também parte do comportamento típico de quem cresceu com o celular como extensão do corpo. A exposição é parte do modo como adolescentes comunicam emoções, desafogam angústias e, infelizmente, às vezes, também criam conflitos. Mas isso não é um desvio. É só a maneira como vivem.
Há um olhar muito apressado e até moralista quando esses episódios envolvem filhos de celebridades. Como se não pudessem viver dramas, cometer exageros, ter dias ruins ou tomar decisões impulsivas. A pressão é brutal e injusta. Não se trata de passar pano para atitudes equivocadas, mas de colocar as coisas no devido lugar: Duda, Benício e os demais envolvidos são adolescentes. E o que eles viveram é próprio da idade. Não há ali um crime, uma crise moral ou um escândalo familiar. Há uma cena de ciúmes, exagerada talvez, mas dentro da curva da normalidade.
A superexposição, claro, amplifica tudo. A imprensa cobre, as redes julgam, os perfis de fofoca alimentam a fogueira. Mas quem nunca sentiu ciúmes na adolescência? Quem nunca falou demais ou reagiu por impulso? A diferença é que, para a maioria, esses momentos passam despercebidos ou, no máximo, viram uma história contada entre amigos. Para quem tem pais famosos, que se metem como Angélica tem feito com "textão", isso, sim, é desproporcional. Eu, diria: "Mãe, que mico!"
É até bonito ver que esses jovens, mesmo rodeados por fama, dinheiro e exposição, vivem dramas normais. Discutem, se apaixonam, têm crises, se arrependem. São adolescentes sendo adolescentes. Estranho seria se vivessem como executivos de 40 anos, controlando emoções com diplomacia robótica, se policiando a cada post ou reação. Há uma ingenuidade boa em ser jovem. Que bom que eles a têm.
Talvez o único exagero que ainda pudesse ser evitado fosse o da própria Angélica. Não precisava fazer pronunciamento, fechar comentário, reforçar que está tudo bem — porque, no fundo, já estava. Ao se pronunciar, ela só ajuda a dar ainda mais corpo a algo que poderia, e deveria, se dissolver no tempo como qualquer caso adolescente. Nem toda onda precisa virar tsunami. E, no fim das contas, o silêncio materno também pode ser uma forma de sabedoria.
Agora, convenhamos… já imaginou se Angélica fosse a Dona Vilma? Com certeza essa Guerra já estaria perdida. Leveza gente, leveza...