
A Globo soltou os cachorros nos bastidores ao perceber que as seletivas do Big Brother Brasil estão significativamente atrasadas. Durante o planejamento do Upfront, evento em que a emissora apresenta sua nova programação para o mercado publicitário, marcado para setembro, ficou evidente que as datas previstas para o BBB não estão sendo cumpridas. A cobrança foi direcionada ao núcleo de realities, que recebeu ordens para dar explicações sobre o motivo do atraso.
De acordo com fontes da emissora, a resposta interna foi dura e incisiva: depois da saída de Boninho, cerca de 70% dos colaboradores do núcleo de realities deixaram a Globo. Alguns seguiram para futuros projetos com o ex-diretor, outros pediram demissão por vontade própria após a saída do Big Boss. Com isso, o setor ficou severamente desfalcado num ano em que a Globo concentrou esforços simultâneos em outras produções.
Após a abertura do processo seletivo do BBB, o núcleo também iniciou as seletivas para o reality culinário The Next Level Chef e para a segunda temporada de Estrelas da Casa. O resultado foi uma sobrecarga extrema sobre os poucos profissionais especializados que restaram. Segundo as mesmas fontes, “ninguém pensou em repor equipe” e não houve contratação de reforços para manter o ritmo de trabalho exigido por três realities ao mesmo tempo.
A equipe teria admitido que o atraso nas seletivas do BBB aconteceu justamente por essa sobrecarga e pela priorização de outros formatos no momento. A preocupação da Globo é que a primeira etapa do processo, que ainda está em andamento, já deveria ter sido concluída, com a segunda fase iniciada. A terceira etapa, que envolve viagens a estados para entrevistas presenciais, ainda está distante de começar, aumentando o risco de comprometer o calendário.
Com o cronograma fora do esperado, a alta cúpula da Globo deu um prazo para que o núcleo de realities apresente soluções rápidas e viáveis. A ordem é acelerar os trabalhos para que a edição não precise ter a estreia adiada, mesmo que por alguns dias, e para garantir que as seletivas sejam realizadas com a mesma abrangência e padrão de qualidade que marcam o programa há mais de duas décadas. Ocorre que, em razão do Estrelas que ainda nem estreiou, o problema pode ser ainda mais agravado, uma vez que os profissionais trabalham sobrecarregados em três projetos sem a equipe de outrora.