Daniel Erthal vende cerveja no Rio de Janeiro
Reprodução/Instagram - 03.01.2024
Daniel Erthal vende cerveja no Rio de Janeiro


Desde os primeiros holofotes em novelas e séries, Daniel Erthal parecia destinado à luz dos estúdios, porém seu caminho seguiu por vias menos glamorosas e mais corajosas. Ele se popularizou nos elencos de produções como Malhação (2005) e participou de várias novelas, mas quando o lugar de visibilidade diminuiu, não esperou: partiu para o enfrentamento da vida real.  Ele virou ambulante, empurrando uma carrocinha de cervejas em ruas exigentes do Rio, num ofício tão simples quanto simbólico: pôr a cara no negócio, levantar o banquinho, buscar o sustento com dignidade. 

Essa reinvenção demonstra algo raro: não apenas a capacidade de se adaptar, mas a coragem de encarar o risco, a crítica, o “ir para rua”. Em uma das matérias, Daniel afirmou: “Aqui não tem vítima, tem herói.”  Ele vendeu cerveja no réveillon em Copacabana; ganhou inclusive um carrinho novo doado por uma marca parceira.  E, surpreendentemente, um cliente lhe presenteou uma kombi para o transporte do seu negócio ambulante. 

Mas nem tudo foram vitórias fáceis: o veículo que ganhou foi apreendido pela Prefeitura, com dívidas; ele teve que lidar com perdas, vulnerabilidade e a dureza de empreender fora dos holofotes.  Logo, ele abriu um bar em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, algo que reforça seu espírito empreendedor e cultural. 

É exatamente dentro desse perfil que o Big Brother Brasil deveria olhar quando decide quem será o próximo “Camarote”. O reality busca não apenas celebridades existentes, mas histórias que ecoem: resistência, batalha, transformação. Daniel reúne essas camadas: ator, vendedor ambulante, empreendedor cultural, e traz para a casa não a ficção de um personagem, mas a materialidade de uma vida que viveu e ainda vive. Ele ofereceria ao público uma narrativa de identificação, de esperança, de quem reinventa o lugar de fala.

Se o público fosse convocado a votar se Daniel entraria ou não, teríamos algo além de entretenimento: teríamos um instante de reconhecimento social, de valorização da humildade ativa, do trabalho e da reinvenção. Em tempos em que celebridades se mantêm pelo brilho instantâneo, Daniel representa o outro extremo: o brilho conquistado com o suor de uma carrocinha empurrada, a dignidade de quem se recusa ao déjà-vu confortável. Por essas razões, fica a sugestão: que o próximo BBB abra suas portas ao Daniel Erthal.

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