Uma fonte ligada à direção de contratos da Globo revelou que o adiamento da tradicional premiação “Melhores do Ano”, noticiado inicialmente pela jornalista Carla Bittencourt, esconde motivos ainda maiores nos bastidores da emissora.
A premiação, hoje apresentada por Luciano Huck, não acontecerá este ano apenas por questões de agenda e possibilidade de transmissão 'ao vivo'. Segundo informações obtidas com exclusividade, a emissora decidiu postergar o evento para o próximo ano em razão de uma estratégia comercial voltada à ampliação das receitas publicitárias; uma movimentação que, segundo o setor interno de inteligência do comercial, visa 'triplicar' os ganhos da empresa com a atração.
O departamento comercial da Globo tem concentrado esforços em maximizar lucros após o sucesso financeiro de projetos recentes, como a reapresentação de Vale Tudo e a vinhetas de fim de ano. A Globo passou a ampliar receitas e ações comerciais em diversos produtos da casa e o 'Melhores do Ano' se tornou uma última vitrine desse calendário. A avaliação é de que o quadro comandado por Huck é um dos que mais gera retorno de audiência, e, por isso, executivos sugeriram potencializar a monetização da marca “Melhores do Ano”, abrindo espaço para novas formas de patrocínio.
Um dos pontos nevrálgicos em discussão, e que pesou pelo adiamento para o ano que vem, foi uma proposta financeira inédita feita por um dos anunciantes, dispostos a investir valores estratosféricos, se a Globo aceitar incluir suas marcas no troféu. Essa proposta, entretanto, gerou debate nos bastidores. Tradicionalmente, o troféu dos “Melhores do Ano” carrega apenas a identidade da Globo, sem marcas externas. No entanto, as ofertas milionárias fizeram a emissora reconsiderar um tempo para avaliar o caso com o setor Institucional do Grupo.
Ainda de acordo com essas mesmas fontes, a discussão está apenas começando nos bastidores da atração para discutir o formato e não perder a oportunidade de ampliar a arrecadação. Entre as interessadas, um dos destaques é uma das maiores redes varejistas do país e um banco, que teria apresentado uma proposta de até R$ 6 milhões para estampar seu logotipo na base dos troféus entregues aos vencedores.
O adiamento, portanto, reflete uma decisão estratégica e financeira, não apenas de agenda. O objetivo é reestruturar a premiação e alinhar a nova fase da Globo a uma postura mais agressiva na captação de patrocínios, ampliando o potencial de faturamento de seus produtos de entretenimento. Nada decidido ainda, tudo sendo conversado.