Alessandro Lo-Bianco
Exclusivo

Pedido de prisão de Dado Dolabella é protocolado às autoridades

Coluna teve acesso exclusivo ao documento enviado à 14º DP: "tentativa de enforcamento e risco iminente"

Pedido de prisão
Foto: Reprodução
Pedido de prisão

A modelo Marcela Tomaszewskie, por meio do advogado Diego Candido, acaba de protocolar oficialmente às autoridades a queixa-crime contra Dolabella e pede sua prisão preventiva e medida protetiva. O documento, ao qual este colunista teve acesso exclusivo, relata agressões físicas, ameaças, perseguição e coação psicológica durante e após breve relacionamento entre setembro e novembro de 2025. Ainda no documento, Marcela afirma temer por sua integridade física e a de sua mãe e amigos, e pede aplicação da Lei Maria da Penha.

A queixa-crime faz um apelo pela prisão preventiva e medidas protetiva de urgência contra o ator. No documento, Marcela afirma que no dia 25 de outubro de 2025 foi agredida verbal e fisicamente por Dolabella após uma discussão dentro de seu apartamento. De acordo com a queixa, ela sofreu lesões no pescoço (tentativa de enforcamento), além de socos no braço, pontapés nas pernas e ferimento em um dedo da mão, fatos que teriam ocorrido na presença de sua mãe. Ainda segundo o texto, embora tenha negado as agressões na Delegacia naquele mesmo dia por estar “sob forte coação e muito amedrontada”, a atriz foi obrigada a gravar um vídeo ao lado do requerido afirmando que estava tudo bem, publicação feita sob ameaça, conforme descreve a petição.

Marcela narra que, no dia seguinte, 26 de outubro, procurou aconselhamento jurídico e relatou os fatos ao advogado, apresentando prints de conversas, fotos e vídeos que comprovariam as agressões. O profissional a teria orientado a retornar à Delegacia para formalizar a denúncia no dia 27. No entanto, na manhã dessa segunda-feira, ela desistiu de representar contra Dolabella, o que levou o advogado a se afastar do caso, respeitando sua decisão.

Durante aquela semana, a atriz afirma ter sido coagida e perseguida pelo ator e pressionada a conceder uma entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, no programa Domingo Espetacular, dizendo que estava tudo bem e que o casal havia se reconciliado. A entrevista foi ao ar em 2 de novembro de 2025, mas, segundo Marcela, causou reação violenta do ator, que não gostou do conteúdo porque Cabrini teria relembrado históricos de agressões anteriores atribuídas a Dolabella e entrevistado uma mulher que obteve indenização judicial contra ele, mas que alegou nunca ter recebido o valor.

Após a exibição da entrevista, Marcela relata que Dolabella teve um ataque de fúria em Búzios, ocasião em que houve nova briga, quebra de taça e ferimento em sua mão, deixando o ambiente sujo de sangue. Ela teria tentado filmar o episódio, mas o ator deu um tapa em seu telefone, segundo comprova vídeo juntado aos autos.

Diante das sucessivas agressões e ameaças, a requerente conta que passou a ignorá-lo, esperando que os episódios cessassem, mas as ameaças e o controle sobre sua vida se intensificaram. Ela alega ter perdido contratos de trabalho, adiado o lançamento de sua marca de moda feminina, e enfrentado dificuldades econômicas e emocionais em consequência dos episódios. Em um dos momentos mais delicados, Marcela suspeitou estar grávida, e ao fazer um teste que deu “falso positivo”, o ator teria dito que, se a gravidez fosse confirmada, ela deveria “fazer um aborto”.

A denúncia também relata que Dolabella passava de carro em frente ao prédio da atriz, controlava suas entradas e saídas, enviava mensagens e fazia postagens nas redes sociais mencionando seu nome, mesmo após ter sido bloqueado. Sentindo-se ameaçada, Marcela decidiu viajar para o exterior, conforme já havia planejado, e procurou novamente seu advogado, declarando:

“Quero denunciar o Eduardo, pedir a sua prisão e preciso de uma medida protetiva, pois estou com medo do pior acontecer.”

Mesmo após o bloqueio, o ator, segundo a queixa, continuou publicando conteúdos envolvendo o nome da atriz, tentando inverter a situação e “transferir a culpa”. O documento destaca que Dolabella reside na mesma cidade da vítima e conhece seu endereço, o que, somado às agressões físicas, perseguição e ameaças, torna urgente a adoção de medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.

A atriz pede que o Judiciário instaure o procedimento de investigação, promova oitivas e apuração dos fatos, e atribua as responsabilidades e punições cabíveis. Além disso, solicita medida protetiva de urgência, proibindo Dolabella de se aproximar dela, de seus familiares, amigos e testemunhas, mantendo distância mínima a ser fixada pelo juízo; proibição de qualquer contato por qualquer meio de comunicação; proibição de citar seu nome em redes sociais, vídeos, mensagens ou qualquer outro conteúdo público;

No final ela pede a decretação da prisão preventiva do ator, a fim de preservar a integridade física e mental da vítima e de seus familiares e testemunhas e que as autoridades comuniquem o fato imediatamente ao Ministério Público para adoção das providências legais cabíveis. A defesa de Marcela argumenta que as condutas delitivas do requerido não ocorreram de forma isolada, mas de maneira reiterada e contumaz, configurando violência física, psicológica e perseguição que colocam em risco a saúde mental e a segurança da vítima.

A atriz afirma que, em razão da repercussão midiática e das ameaças constantes, não se sente segura para retornar ao Brasil, temendo inclusive pela integridade de sua mãe e de amigos que testemunharam os fatos e também são alvos de hostilidades.

A peça encerra reforçando que, diante da gravidade e urgência da situação, é necessária a atuação imediata do Poder Judiciário e das autoridades competentes para garantir a proteção integral da vítima, a apuração rigorosa dos fatos e a responsabilização do acusado.