
No quadro “Três Minutos pra Brilhar”, novidade do Domingão com Huck, o palco se abre para talentos anônimos que não sabem que vão se apresentar até o momento em que são surpreendidos. Neste domingo, três participantes toparam o desafio. Mas, na minha opinião, foi a apresentação da vendedora de lanchonete, a Kety, interpretando ninguém menos que Whitney Houston, que roubou a cena e arrepiou o público presente e quem assistia de casa. Um daqueles momentos raros de conexão pura entre voz, emoção e potência. "Obriado por me proporcionar um dos maiores momentos aqui desde que eu assumi o Domingão", disse Luciano no término da apresentação, enquanto Katy era ovacionada.
O impacto foi imediato: telespectadores emocionados, plateia de pé, e nas redes sociais, a repercussão foi grande. Era impossível não se perguntar: quem é essa mulher? De onde veio essa voz? E como ela ainda não havia sido descoberta por um programa de talentos, um empresário ou mesmo pela própria indústria musical? Em apenas três minutos, Katy mostrou que há cantores escondidos por aí com potencial para fazer história.
Mas aí vem a parte mais curiosa – e incômoda. No dia seguinte, essas pessoas voltam à vida normal. Katy, depois de nos entregar uma performance que beirou o sublime, simplesmente volta à rotina, como se nada tivesse acontecido. O quadro, ver talentos soltos à própria sorte.
A experiência é transformadora – para quem assiste e, principalmente, para quem vive. E talvez seja justamente esse o problema: não dá pra seguir com a vida como antes depois de brilhar tão intensamente. A televisão cria um momento épico e, no segundo seguinte, vira a página. Mas e quem brilhou? E quem tocou tantas pessoas em tão pouco tempo?
O “Três Minutos pra Brilhar” é uma bela ideia, mas carrega uma responsabilidade que vai além do entretenimento. Quando vemos talentos como o de Katy sendo devolvidos ao anonimato, entendemos o tamanho do desperdício. Porque três minutos podem até ser suficientes para emocionar, mas são insuficientes para conter o que nasce ali – uma artista pronta, uma potência que não deveria ser ignorada.