Neymar é acusado na Justiça de planejar assalto armado contra ativista
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Neymar é acusado na Justiça de planejar assalto armado contra ativista


O suplente de deputado estadual e ativista LGBTI+ Agripino Magalhães ingressou com um processo no Tribunal de Justiça de São Paulo acusando o jogador de futebol Neymar de plenajar um assalto armado contra ele, após iniciar uma série de denúnicas contra o craque por supostas práticas de homofobia. Magalhães também acusa na ação o advogado de Neymar, Davi de Paiva Costa Tangerina por ameaças de morte. Por meio do advogado Ângelo Carboni, Agripino pede a condenação de Neymar e uma reparação por danos morais de R$ 1 milhão. 

Agripino Magalhães alega no início do processo que "tem que se esconder por medo das ameaças de morte" que estariam partindo de Neymar e seu advogado e afirma que "já foi assaltado a mando deles", ocasisão em que "tiraram o seu celular com todas as conversas entre ele e o corréu que o ameaçava de morte". Magalhães narra na peça inicial que teme pela sua vida e que vive mudando de endereço com medo de que a ameaça torne-se realidade. O ativista diz também que atualmente não pode ter um emprego fixo com medo de ser encontrado.


A defesa de Agripino explicou ao juiz no processo que o ativista representa uma entidade de associação LGBTI+ e que requereu junto ao Ministério Público de São Paulo, em nome da Associação, um pedido de apuração e abertura de inquérito em face de Neymar pelo episódio envolvendo supostos diálogos homofóbicos do craque com amigos. Nesas conversas, Neymar e os amigos estariam falando do modelo Tiago Ramos, ex-namorado de Nadine Gonçalves, mãe do jogador. Sobre o episódio, Magalhães conta nos autos processuais que Neymar passou a vociferar contra Tiago sinalizando que os gays deveriam ser mortos e empalados vivos. 

De acordo com o advogado de Agripino o pedido de apuração foi remetido diretamente ao MP e caiu nas mãos da promotora Cristiana Tobias de Aguiar. Mas, segundo Carbone, a promotora seria amiga íntima da família do advogado do jogador, Davi de Paiva Costa Tangerino. O processo acusa a promotora de excluir Neymar rapidamente das acusações de crime de ódio e de homofobia. O processo menciona que recentemente a Justiça teria afastado a promotora do caso e determinado que as investigações fossem retomadas.

Ainda de acordo com o documento, a promotora mantinha laços de amizade familiar com o advogado de Neymar. A defesa do ativista alega que a Cristiane teria saído cedo da cidade de Tupã, local de origem do advogado, entretando teriam continuado amigos a ponto do tio do advogado de Neymar noticiar essa amizade e a estreita relação entre as famílias. O processo acusa a promotora de deixar de juntar documentos ao inquérito que não teriam sido despachados e nem remetidos ao judiciário. 

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A defesa de Agripino também alega que as ameaças escritas e veladas passaram a ser pontuais, e que o autor dessas ameaças teria falado que ou "Agripino aceitaria R$ 350 mil ou seria morto". O processo informa que diante nas negativas de Agripino o autor das ameaças - que seria o segundo réu (advogado de Neymar) - buscou roubar o celular de Magalhães, que acabou sendo assaltado. Segundo consta no documento, o aparelho celular foi retirado durante o assalto e Magalhães "só não foi morto porque a arma não disparou". Ainda de acordo com a defesa do ativista, teria sido constatado que o autor dessas ameaças seria o próprio advogado do craque, razão pela qual foi notificado no inquérito penal. 

Ativista diz que recebe ameaças de morte do advogado de Neymar
Reprodução documento
Ativista diz que recebe ameaças de morte do advogado de Neymar


O advogado de Agripino alega que o inquérito não tramitava nas mãos da antiga promotora. Carbone apontou ao juízo que apesar do procedimento ser digital, somente a folha da capa foi colocada no sistema sem as peças informativas do inquérito. O andamento do inquérito teria sido postergado enquanto o advogado de Neymar estaria deixando Agripino desesperado.

O ativista alega que diante das ameaças de morte recebidas, e do medo de morrer, vem enfrentando a situação "sem renda, sem teto, tendo que fugir de um canto para o outro para não ser fuzilado", e que está escondido até hoje. Ele afirma que esse transtorno ocorreu a partir do momento em que ousou enfrentar Neymar e que o craque teria "determinado aos parças e ao seu advogado para dar um jeito" no caso. A defesa do ativista comparou essa situação no processo com o crime envolvendo o goleiro Bruno. 

Ativista pede R$ 1 milhão de indenização de Neymar e advogado

Agripino Magalhães também diz nos autos processuais que trabalhava ganhando em média R$ 3.500, e que teve que largar o emprego quando começaram as ameaças em junho de 2020. Ele contou à Justiça que já teve custos de R$ 42 mil fugindo das ameaças e por isso pediu para que os valores sejam apurados em liquidação de sentença. O ativista também relata humilhações por estar se escondendo e diz que só consegue hoje andar com outras pessoas com medo de ser assassinado.

Ativista acusa Neymar e advogado de serem mandantes do assalto
Reprodução processual
Ativista acusa Neymar e advogado de serem mandantes do assalto


Agripino cobra na Justiça uma indenização de Neymar e do seu advogado no valor de R$ 1 milhão por danos morais, acrescidos de R$ 42 mil por danos materiais, além do pagamento de R$ 5 mil mensais durante o processo. O jovem destaca que o assalto se assemelha a forma como o tablet da modelo Najila Trindade teria sido furtado e desaparecido com as únicas provas que ela teria contra Neymar naquele fatídico episódio envolvendo a estada com o craque em Paris.

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