A TV Globo parece estar prestes a dar um passo atrás em relação aos cortes feitos no setor de dramaturgia. Após diversos atores recusarem simultaneamente os convites paras novas novelas, executivos do canal correram para uma reunião extraordinária.
De acordo com fontes do canal, a reunião comandada pelo diretor geral da emissora, Amaury Soares, avaliou que os novos talentos que estão sendo colocados em papeis de destaque nas tramas - embora sejam bons atores - não tem estabelecido com o telespectador o mesmo laço afetivo que os veteranos, e dos mais jovens que já foram consolidados na programação resultando em um desempenho bem abaixo do que era esperado em audiência.
O ponto central da reunião foi discutir soluções para reter os talentos consagrados da programação. O diálogo, que contou com executivos da teledramaturgia da casa, terminou com a sugestão do retorno de um banco fixo de talentos. A sugestão ocorre dois dias depois que, pelo menos, nove atores de peso recusaram convites para participação de obras por temporada no canal. Entre os nomes Glória Pires, Murilo Benício, Larissa Manoela e Marina Ruy Barbosa.
Conforme relatado com exclusividade por este mesmo colunista, uma mobilização iniciada por atores veteranos e consagrados do canal pelo WhatsApp foi aderida por uma gama de artistas recentemente. Até mesmo jovens atores supervalorizados no mercado aderiram à campanha para a recusa de obras ofertadas por valores díspares com os vencimentos pagos outrora pelo canal. O sinal vermelho também foi sinalizado pelos autores das tramas que não têm conseguido os atores indicados para suas obras.
Ainda de acordo com fontes do canal, foi sugerido que nessa lista tenha metade de nomes para um elenco masculino, e outra metade feminino. Isso englobaria tanto as possíveis recontratações de nomes veteranos como Glória Pires e Antônio Fagundes, e também da geração mais nova - embora não menos consagrada - como Marina Ruy Barbosa e Murilo Benício.
Segundas essas mesmas fontes os vencimentos para a reformulação de contratos fixos pelo prazo de dois anos teriam vencimentos mensais entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. A ideia teria sido enviada para a direção comercial e financeira do canal avaliar.
Em conversa com este colunista, fontes da direção de contratos avaliaram que os valores precisam ser bons para os artistas, mas também para a "nova forma de contratos e valores atuais", ou seja, nem tão alta como no passado, e nem tão baixa quanto tem sido oferecido recentemente resultando na recusa de dezenas de atores.
Outro ponto importante que foi levantado durante a reunião é que mais de 90% dos contratos no setor de dramaturgia terminam no final do primeiro semestre.