Em diversos reality shows brasileiros, tem-se observado a adoção de uma estratégia onde a maioria dos participantes se une para isolar um indivíduo, na tentativa de enfraquecê-lo e eliminá-lo do jogo. Essa tática, além de eticamente questionável, tem se mostrado ineficaz, pois frequentemente resulta na vitória daquele que foi alvo do isolamento. Mas, em que pese a claridade do fato, a maioria dos participantes ainda parece no escuro.
Casos emblemáticos ilustram essa dinâmica. No “Big Brother Brasil 21”, Juliette Freire enfrentou isolamento e críticas constantes por parte de seus colegas de confinamento. Sua resiliência e autenticidade conquistaram o público, levando-a à vitória com ampla margem de votos.
De forma semelhante, Lucas Penteado, também no “BBB 21”, sofreu perseguições que o levaram a desistir do programa. Sua saída provocou uma onda de solidariedade e reflexão sobre o comportamento dos demais participantes.
Outro caso foi a edição em que sagrou-se campão Arthur Aguiar. O brother praticamente entrou isolado no jogo em razão das polêmicas foora da casa e, assim como outros, foi revertendo a rejeição e pouquíssimos aliados que, na maioria das vezes, já não interferem mais na vitória do isolado.
Davi Brito foi outro fenômeno potencializado por um exclusão marcada por preconceitos, inclusive raciais, gerando intenso debate na opinião pública. Mesmo que o brother tivesse desistido da competição no auge da pressão ocasionada pelo isolamento, àquela altura já era o campeão moral dentro e fora do confinamento.
Mais recentemente, em “A Fazenda 16”, Sacha Bali foi alvo de uma campanha de isolamento por parte de outros peões. Contrariando as intenções de seus algozes, ele conquistou o apoio popular e sagrou-se campeão do reality.
A recorrência desses episódios evidencia que o público brasileiro repudia comportamentos de exclusão e humilhação. A tentativa de marginalizar um participante desperta empatia nos telespectadores, que tendem a apoiar a vítima da perseguição. Essa reação popular reflete valores culturais que valorizam a justiça, a inclusão e a solidariedade.
Apesar da visibilidade desses casos, muitos participantes continuam a adotar a tática do “todos contra um”, subestimando a percepção do público e ignorando as lições do passado. Essa miopia estratégica não apenas prejudica o alvo do isolamento, mas também compromete a imagem dos agressores perante a audiência, diminuindo suas chances de sucesso no jogo.
É imperativo que futuros participantes de reality shows compreendam que a dinâmica de exclusão não é apenas antiética, mas também ineficaz. A história recente desses programas demonstra que a tentativa de isolar um indivíduo frequentemente fortalece sua posição, transformando-o em protagonista e potencial vencedor.
Em suma, a estratégia de isolamento em reality shows brasileiros tem se mostrado uma fórmula falha para alcançar a vitória. O público, atento e sensível às injustiças, tende a recompensar aqueles que demonstram resiliência diante da adversidade. Portanto, é aconselhável que os participantes adotem posturas mais inclusivas e respeitosas, reconhecendo que o verdadeiro triunfo reside na integração, e não no isolamento.