
A expressão “Toca Raul” tornou-se um mantra nos shows brasileiros, simbolizando a perenidade da obra de Raul Seixas e a paixão de seus fãs. Recentemente, em uma apresentação em Minas Gerais, Lobão demonstrou intolerância ao reagir de forma ríspida a esse pedido, desrespeitando a memória de um ícone que não está mais entre nós para se defender.
“Eu acho uma coisa anti-rock and roll. Sabe qual é o subtexto desse pedido: ‘Eu acho seu show uma merda. Toca alguma coisa mais interessante. O Raul morreu de fome, como um mendigo. Na época que ele deveria estar recebendo por tocar Raul, ele não estava recebendo por tocar Raul. Agora, ‘it’s too late, baby'”
Essa atitude revela uma falta de compreensão sobre a cultura popular e o carinho que o público nutre por Raul Seixas. Ao invés de acolher o pedido com empatia ou mesmo responder com humor, Lobão optou por uma postura agressiva, distanciando-se de sua plateia e manchando sua própria imagem.
Vivi Seixas, filha de Raul, prontamente defendeu o legado de seu pai, ressaltando a importância e o respeito que sua obra merece. Sua manifestação evidencia como a memória de Raul Seixas continua viva e relevante, sendo perpetuada não apenas por sua família, mas por uma legião de admiradores. O que faltou ao Lobão entender é que um bordão não gira em torno de uma avaliação sobre o seu show. É algo cultural que fi além do seu entedimento. Quando alguém grita 'Toca Raul' da platéia, isso está longe de dizer que a pessoa está achando o seu show ruim, como especulou Lobão.
A intolerância de Lobão contrasta com a humildade que se espera de artistas que compreendem seu papel na cultura. Responder de forma agressiva a um bordão tão comum entre o público e falar o que foi dito sobre Raul Seixas é uma falta de respeito pela história da música brasileira.
É fundamental que artistas reconheçam que certas expressões e pedidos fazem parte do folclore dos shows e que lidar com eles de maneira elegante só enriquece a experiência de todos. Se estivesse no lugar de Lobão, teria atendido ao pedido ou, no mínimo, respondido com bom humor, reconhecendo a grandiosidade de Raul Seixas.
Em suma, “Toca Raul” permanecerá como um bordão eterno nos corações dos brasileiros, enquanto “Toca Lobão” dificilmente será ouvido, nem que Lobão viva por 200 anos. Com todo respeito às músicas do cantor, claro.