Mike saiu do BBB achando que tinha deixado uma história de amor em aberto com Renata. O problema é que quem acompanhou o programa sabe bem: o que ele chamou de romance, o público entendeu como falta de escuta, pressão emocional e uma série de atitudes alinhadas com a importunação sexual e totalmente desconectadas do que se espera de um parceiro maduro. Dentro da casa, ele pode até não ter enganado completamente, mas agora, aqui fora, parece acreditar que pode reescrever a narrativa – e convencer os outros de que ainda existe algo ali.

Desde que foi eliminado, Mike insiste em entrevistas e declarações de afeto, fazendo questão de mostrar que ainda acredita em um futuro ao lado de Renata. Mas o que ele parece não entender é que, depois de tudo o que ela viveu no confinamento – principalmente com ele –, a chance de engatar qualquer relação é mínima, pra não dizer inexistente. Renata saiu visivelmente mais leve e claramente sem interesse em reviver aquela dinâmica.

É preciso ser realista: a imagem de casal que Mike tenta emplacar já não convence mais ninguém. O público viu, analisou e tirou suas conclusões. Renata, por sua vez, merece o direito de seguir em paz, sem ser constantemente associada a uma história que, para ela, já parece bem resolvida. Seria de bom tom o moço esperar que ela saia a casa e fale por ela mesma. Ficar insistindo em algo que só existe na cabeça dele beira a ilusão – e, pior, passa a sensação de que ele não entendeu nada do que aconteceu.

Mike precisa acordar. O BBB acabou, a edição seguiu, o público mudou de assunto. Só ele permanece preso num roteiro romântico que nunca existiu de verdade. Essa tentativa de manter viva uma narrativa que não se sustenta fora do reality mostra que ele ainda está preso no personagem e se recusa a encarar os fatos.

Está na hora de Mike botar a cabeça no lugar e aceitar que nem todo enredo tem final feliz – principalmente quando só um dos personagens acredita na história. O mundo real é mais complexo que o paredão, e aqui fora, não basta torcer por uma relação: é preciso merecê-la. Algo que, de fato, não foi conquistado como deveria.