Desde que Roberto Carlos rompeu com Dody de Sirena, seu antigo e histórico e influente braço direito nas negociações, o clima nos bastidores do chamado “reino” do Rei da música brasileira mudou radicalmente. Fontes do mercado que há anos faziam negócios envolvendo o cantor se queixam da burocracia e da rigidez que tomaram conta das tratativas. Para muitos, a ausência de Dody tem representado não apenas uma perda de eficiência, mas o fim de uma era de confiança cega — ao ponto de diversas negociações terem sido conduzidas, por anos, apenas na base da palavra.

Ainda de acordo com estas fontes, a situação se agravou porque essa confiança entre Roberto e Dody era tamanha, que hoje há possibilidade de que ambos precisem discutir na Justiça a titularidade de alguns direitos. Como muitos acordos nunca foram formalizados por escrito, abre-se agora um terreno fértil para disputas e inseguranças jurídicas que afetam diretamente quem ainda tenta negociar com o artista. "A fluidez de outrora deu lugar a entraves constantes, tanto no acesso ao cantor quanto na capacidade de decisão de seus novos interlocutores", garantem as fontes ouvidas pela reportagem.

Esses novos responsáveis pela carreira do Rei são apontados, por fontes do meio, como excessivamente "chatos", "burocráticos" e "fora da casinha." A diferença no trato é sentida por empresários, parceiros e até jornalistas.

Nos bastidores da imprensa, por exemplo, o comentário recorrente é que a atual assessoria de Roberto Carlos sufoca o trabalho jornalístico, intervindo até em meras especulações — mesmo quando não há nada definitivo a declarar. O que antes era tratado com discrição e compostura - e comunicados de imprensa a base das tratativas já definidas - virou uma guerra fria por espaço e narrativa.

A brincadeira que circula entre repórteres experientes não deixa de ser reveladora: “Vai falar do Roberto? Já já a assessoria aparece para justificar o olerite.” A piada, embora ácida, expõe o clima de patrulhamento que tomou conta de qualquer tentativa de cobrir ou investigar, e até mesmo especular com um cenário investigativo traçado os bastidores do artista. Um zelo que parece menos preocupado em preservar a imagem do cantor e mais interessado em controlar cada vírgula que se publica sobre ele — mesmo que isso crie um ruído ainda maior.

Diante de tantas mudanças, a pergunta que paira no ar é se essa nova fase estaria afetando também o próprio humor de Roberto Carlos. A imagem sempre serena do Rei parece ter se abalado em episódios recentes, como aquele amplamente comentado em que ele mandou uma fã calar a boca durante um show — uma atitude ofensiva e inédita em sua carreira.

Ainda segundo fontes ouvidas pela coluna, há quem veja nesse gesto um reflexo direto da instabilidade que o cerca atualmente, 'tanto no campo emocional quanto no financeiro', sobretudo agora, sem o equilíbrio e a articulação de Dody de Sirena.