
A disputa judicial e pessoal entre Rayane Figliuzze, atual namorada do cantor Belo, e seu ex-companheiro, o empresário Alexandre Navarro, ganhou contornos públicos e dramáticos após o próprio Alexandre divulgar falas em vídeos em redes sociais, trazendo à tona processos antes protegidos por segredo de justiça e que nem a imprensa e nem o público sabia. O caso envolve uma série de boletins de ocorrência, medidas protetivas, inquéritos por agressão e uma batalha acirrada pela guarda de um filho em comum, que hoje é alvo de polêmicas envolvendo também o convívio com o atual parceiro de Rayne, o Belo, e também envolvendo a madrasta por parte de pai, o que pode provocar uma reviravolta em cima dos argumentos de Navarro. Contra ele, por sinal. A coluna explica...
O primeiro registro oficial da briga entre Rayane e Alexandre remonta a data de 20 de novembro de 2022, na Delegacia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Rayane relatou ter sido ameaçada pelo ex-companheiro, que a teria pressionado a sair do apartamento onde vivia. Segundo o boletim, ele teria dito que, se ela não saísse “por bem, vai ter que sair por mal”, além de tratá-la com xingamentos como “puta” e “merda de mãe”. Rayane entregou à polícia prints de conversas que comprovariam as ameaças e solicitou medidas protetivas. Ela declarou que Alexandre não possuía arma de fogo, fazia uso de bebidas alcoólicas e não tinha antecedentes de violência doméstica até então.
O segundo registro veio à tona dois anos depois, em 30 de julho de 2024, quando um cabo da Patrulha de Proteção da Criança e Adolescente, do 31º Batalhão do Rio de Janeiro, foi chamado à escola do filho do casal. Pais de alunos teriam entrado em vias de fato dentro da unidade escolar e emergência para a polícia foi acionado por um telefone funcional do próprio colégio, por parte da escola do menor.
O boletim foi aberto pelo cabo militar responspavel pela ocorrência com a tipificação de Lesão Corporal, contendo Rayane como vítima. O militar narra em seu depoimento que, ao chegar ao local, a polícia encontrou a situação já pacificada, mas conduziu ambos à delegacia. O boletim, lavrado descreve que Rayane teria sido vítima de lesão corporal provocada por socos, tapas e pontapés, e que a mesma havia relatado às autoridades que havia, pelo menos, outros cinco episódios de agressão anteriores. Novamente, foi solicitada uma medida protetiva.
Em 2 de agosto de 2024, a Justiça deferiu uma nova medida protetiva válida por 60 dias, determinando que Alexandre mantivesse distância mínima de 100 metros de Rayane, com ressalva ao direito de visitação ao filho. Também foi proibido qualquer contato direto com a mãe da criança e determinado que o pai comparecesse a programas de proteção à mulher. A validade dessa medida expirou, mas os conflitos não cessaram.
O terceiro e mais recente boletim de ocorrência foi registrado às 22h do dia 29 de julho de 2025, envolvendo acusações de crime de ameaça, violência psicológica e injúria. Rayane declarou que, após três anos de separação, Alexandre publicou vídeos no Instagram com dados sigilosos de processos judiciais e ofensas que, segundo ela, visavam manchar sua imagem. A ex-companheira também mencionou ter sido agredida na porta de uma escola há cerca de seis meses. Diante da reincidência, solicitou novas medidas protetivas urgentes e pediu a instauração de mais um processo criminal.
Como parte da apuração da polícia, foram incluídos dois áudios atribuídos a Alexandre, que teriam sido enviados ao empresário do cantor Belo e que já fazem parte do inquérito. Em um dos trechos, ele afirma: “Não vou deixá-la em paz um só dia se ela não se retratar que Belo é o tio e não o pai. Se ela fizer isso, acaba o assunto. Se ela não fizer, solto um post por dia e acabo com a paz dela”. O conteúdo foi obtido por fontes policiais.
Paralelamente aos processos criminais, a guarda da criança ainda está indefinida na Vara de Família e não existe nenhuma sentença em relação a guarda do menor, apenas um acordo temporário feito anteriormente, que o Ministério Público alega já ter saído de qualquer controle.
Um documento técnico do Ministério Público, datado de 4 de junho de 2025, aponta que a criança alterna períodos de convivência com os dois pais, de acordo com as agendas profissionais. Inicialmente, O MP alega que a guarda de fato era exercida por Alexandre, mas, com a mudança dele para São Paulo por motivos de trabalho, a residência da criança passou a ser com Rayane, situação que, segundo o MP, persiste atualmente.
A promotoria destaca o “forte conflito entre as partes”, com acusações recíprocas: O documento diz que Rayane acusa Alexandre de agressividade e tentativa de reversão unilateral da guarda; enquanto ele, por sua vez, diz que ela é negligente e terceiriza os cuidados com o filho. O MP afirma que os autos ainda não oferecem elementos suficientes para a definição de um regime de guarda que proteja efetivamente os interesses da criança e faz um alerta de que uma eventual concessão de guarda unilateral ao pai implicaria na mudança de cidade e afastamento da convivência materna.
Diante da instabilidade e da pouca idade do menor, o Ministério Público solicitou urgência na realização de uma audiência especial para tentar um acordo provisório de guarda e convivência até que a Justiça bate o martelo sobre o caso. Ainda segundo os autos, havia um acordo provisório entre as partes, firmado em 27 de novembro de 2024, que já perdeu o objeto.
O documento determinava que a guarda fosse compartilhada, com residência fixa com a mãe de novembro de 2024 até abril de 2025, período em que Alexandre estaria em São Paulo. Ficou acertado que, quando ele estivesse no Rio de Janeiro, poderia pernoitar com o filho, desde que informasse com 48h de antecedência. Com o retorno definitivo ao Rio, a convivência passaria a ser alternada semanalmente, até decisão final da Justiça.
Sobre pensão alimentícia, Alexandre se comprometeu a pagar R$ 3.050 mensais enquanto estivesse trabalhando provisoriamente em São Paulo, mas declarou que não poderia manter esse valor de forma definitiva, uma vez que ele estaria condicionado a um trabalho temporário até abril do presente ano. Portanto, tanto a pensão quanto a guarda ainda dependem de julgamento na Justiça.
A disputa também ganhou um contorno simbólico e emocional delicado: Navarro se mostrou incomodado com a possibilidade do filho chamar Belo de “pai”. No entanto, Rayane enviou ao inquérito um vídeo em que a madrasta da criança, companheira de Alexandre, estimula o menino a chamá-la de “mãe”. Em outro registro, a madrasta aparece beijando a criança na boca, gesto que Rayane contesta também por considerar inadequado, uma vez que a criança não é seu filho para esse tipo de intimade com o menor.
Enquanto aguarda a sentença definitiva na Vara de Família, o caso segue se desenrolando também na esfera criminal, onde tramitam os processos por violência doméstica, ameaça e injúria.
A coluna decidiu expor todo esse conteúdo, uma vez que a exposição pública do caso foi promovida pelas próprias partes, ampliando o alcance de uma disputa que, originalmente, deveria proteger o menor, e agora escancara uma realidade de conflito, ressentimento e instabilidade que exige respostas urgentes da Justiça. Notícia pela metade, é que o leitor não terá nesta coluna.