
No projeto inicial do Criança Esperança deste ano, a Globo planejava entregar a Eliana o posto de apresentadora oficial e única da noite, em formato semelhante ao adotado em 2024, quando Marcos Mion comandou sozinho a atração. A escolha era estratégica: acalmar o público da apresentadora, que está efervescente e ansioso pela sua volta à televisão. Reconhecida como uma profissional de excelência, Eliana desperta forte vínculo afetivo em seus admiradores, e a emissora sabia que um retorno com tamanha visibilidade teria impacto positivo.
No entanto, bastidores da emissora revelam que o plano sofreu um revés. A chefia geral da Globo vetou a ideia de ter apenas Eliana no comando. O motivo central: sua posição como madrinha do Teleton, evento beneficente concorrente em termos de apelo e que é realizado pelo SBT.
Para a alta cúpula, a imagem de uma madrinha do Teleton liderando sozinha o Criança Esperança, um projeto de forte identidade Globo, poderia causar ruídos e, de certa forma, tirar parte do peso institucional da emissora no evento.
A decisão partiu de um conselho interno, que avaliou que seria mais estratégico manter a marca Globo mais evidente na condução do programa. Segundo apurado, mesmo após uma confirmação inicial à equipe da apresentadora, o veto veio sete dias depois. Foi determinado que Angélica e Xuxa, que até então estavam previstas apenas para participações pontuais e quadros especiais, dividiriam o palco com Eliana, reforçando assim a ligação histórica da atração com a emissora e equilibrando as percepções de marca.
Internamente, a Globo ainda trabalha para fortalecer a identidade de Eliana dentro de sua programação, algo que Xuxa e Angélica carregam há décadas com mais força e naturalidade, por sua trajetória dentro do canal. A decisão também foi influenciada pelo êxito das edições em que as três dividiram o palco, transmitindo ao público a sensação de reencontro e união entre ícones da TV.
Apesar da mudança de planos, a presença de Eliana no Criança Esperança segue como um marco de sua nova fase profissional e de sua integração gradual à identidade institucional da Globo.