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O Brasil assiste a mais um capítulo de uma novela que mistura internet, juventude e irresponsabilidade. O influencer Boca09, menor de idade e já conhecido por ter dirigido como motorista de aplicativo, mesmo sem habilitação, acaba de gravar um vídeo em que desafia o Ministério Público. Em tom de deboche, ele afirma que continuará dirigindo sem CNH, como se estivesse acima da lei e blindado pela popularidade digital.

O caso, que já rendeu investigações e contas banidas, escancara a dificuldade das instituições em lidar com a velocidade da cultura das redes sociais. Enquanto o Ministério Público avança em processos e sanções, Boca09 conquista seguidores e curtidas com sua postura provocadora. A pergunta que surge é: até que ponto a lei consegue alcançar alguém cuja notoriedade é alimentada pela transgressão?

Não se trata apenas de um adolescente inconsequente, mas de um fenômeno cultural em que a desobediência se torna espetáculo e a infração, conteúdo. Cada vídeo publicado é uma afronta simbólica, não apenas ao sistema de trânsito, mas à noção de responsabilidade coletiva. O risco, evidente, é transformar o perigoso em entretenimento, e a infração em narrativa heroica diante de sua audiência.

Ao Ministério Público resta o desafio de responder não apenas com punições legais, mas também com um discurso que dialogue com essa geração. Se a justiça é lenta, a internet é instantânea. Se a lei é silenciosa, o algoritmo é barulhento. E, nesse embate, o que está em jogo não é apenas a direção de um carro, mas o rumo que damos ao convívio social entre leis, influenciadores e curtidas. É lastimável ver que o mesmo recebe informações coniventes da mãe, que também deve ser duramente responsabilizada pelos delitos cometidos pelo filho, que colocam em risco a sociedade. Educação vem de berço, e exemplos também.

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