Iza e Yuri Lima
Reprodução/Instagram
Iza e Yuri Lima


Yuri Lima voltou às manchetes hoje após um movimento em falso que diz mais do que qualquer discurso. Ao compartilhar por descuido a foto de uma morena de biquíni na praia, que não era sua esposa, a cantora Iza, o jogador imediatamente deletou a publicação. Mas a velocidade do “delete” não foi suficiente para apagar a suspeita de que velhos hábitos continuam à espreita, e de que certas condutas falam mais alto que a tentativa de reescrever a própria história.

Quando se fala em traição, não se trata apenas de um ato isolado, mas de uma questão de índole, de valores e de ética pessoal. O traidor pode até se revestir de arrependimento, pode prometer mudança, pode discursar sobre segundas chances. Mas o tempo, soberano, costuma desmentir o improviso. A reincidência, quase sempre, não é acidente; é o retorno inevitável de algo que já estava enraizado. Não se vence o tesão. Você pode matar ele um dia, mas ele ressucita e volta atacar no dia seguinte. 

É por isso que este episódio não deveria ser lido apenas como mais uma fofoca de bastidores, mas como um alerta. Há uma ilusão coletiva, alimentada por discursos de “perdão incondicional”, de que a traição pode ser convertida em lição de amor e superação. A realidade, porém, é que a ferida da deslealdade raramente cicatriza sem deixar marcas, e quase sempre volta a sangrar quando menos se espera. A primeira vez que eu perdoei uma traição, isso acabou virando uma autorização para novas traições descobertas, apenas um álibe para que ela se potencializasse ainda mais. Foi uma das piores escolhas que fiz na época. 

Neste sentido, muitas mulheres, generosas em demasia, se prontificam a desculpar o que é indesculpável. Carregam no peito a esperança de que aquele que traiu uma vez não o fará novamente. O problema é quando isso acontece com barca no rosto já. O risco, no entanto, é se descobrir anos depois que o perdão não foi um gesto de força, mas uma concessão que legitimou o ciclo da decepção. E o preço disso, quase sempre, é pago em lágrimas silenciosas.

A pergunta que precisa ecoar é: vale mesmo a pena perdoar uma traição? Quando um deslize revela caráter, a resposta deveria ser não. Porque quem trai mostra, antes de tudo, na minha opinião, a índole que tem. E numa sociedade que já impõe às mulheres tantas renúncias, perdoar o imperdoável é abrir mão do direito mais precioso: o de não aceitar menos do que se merece.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!