
A atriz Joana Fomm vinha enfrentando uma longa batalha judicial que quase lhe custou o único imóvel em que vive, localizado na Rua Timóteo da Costa, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde concentram-se os metros quadrados mais caros da cidade maravilhosa. O processo, iniciado em 2021, teve origem em uma dívida com uma operadora de saúde no valor de R$ 24.359,69, e só agora, em outubro de 2025, foi devidamente direcionado pela Justiça para o arquivo, com uma solução muito aguardada e favorável para a artista.
Na época da cobrança, a seguradora alegou que Joana “se negava a pagar a dívida de forma injustificada”, o que levou à abertura da ação judicial. Pouco tempo depois, ainda em 2021, a situação parecia encaminhar-se para uma solução: foi firmado um acordo entre as partes, e a empresa chegou a pedir baixa do processo. Porém, a atriz não cumpriu integralmente os pagamentos. De acordo com os autos, Joana chegou a quitar alguns boletos, mas deixou de honrar o restante. Com isso, em maio de 2023 a dívida já alcançava cerca de R$ 100 mil.
Em março de 2024, após novas intimações ignoradas, a Justiça solicitou que a operadora apresentasse informações sobre o patrimônio da atriz. A empresa então requereu a penhora online de valores em suas contas, atualizando a cobrança para R$ 129.289,62. O bloqueio judicial conseguiu localizar apenas R$ 5 mil em uma das contas, além de saldos irrisórios em outras. Em um dos bancos, por exemplo, apenas R$ 62 foram bloqueados. Sem alternativas, a operadora indicou o imóvel do Leblon da atriz, avaliado em mais de R$ 6 milhões, como alvo de cobrança.
Diante do impasse, em setembro de 2024 a juíza Natascha Maculan Adum Dazzi autorizou a penhora do apartamento para quitação da dívida. Na ocasião, Joana foi oficialmente intimada para se manifestar em até 20 dias, mas permaneceu em silêncio. Em março deste ano, a Justiça voltou a consultar a seguradora, questionando se ela daria prosseguimento ao pedido de alienação e eventual leilão do imóvel. Nesse momento, o risco de perder a residência parecia definitivo.
O quadro, no entanto, mudou com uma inesperada reviravolta. Após quase uma década afastada da TV, Joana foi convidada de forma inesperada pela Globo (um mês depois do imóvel penhorado) para participar do especial de 60 anos da emissora, compondo o quadro das maiores vilãs da dramaturgia brasileira, quando a personagem Perpétua, de Tieta, foi enaltecida.
Embora os valores não tenham sido revelados, uma fonte ligada ao setor de contratos garantiu que o cachê foi suficiente para dar um respiro financeiro à atriz. Isso porque, logo depois da sua participação do especial na Globo, Joana se apresentou à Justiça e depositou R$ 35 mil, montante que permitiu um novo acordo. Embora a dívida já ultrapassasse R$ 150 mil, a operadora considerou cobrar apenas R$ 35 mil, valor mais próximo aos R$ 24 mil da dívida originária. Com isso, o tribunal validou a negociação e acaba de retirar o apartamento da atriz do sistema de penhora do Cartório, e determinou o arquivamento do processo.
A solução encerra um capítulo angustiante na vida da atriz, que, apesar das dificuldades financeiras recentes, permanece lembrada como uma das maiores intérpretes da teledramaturgia brasileira. Sua personagem Perpétua, na novela Tieta (1989), voltou a ser reprisada neste ano, reacendendo o carinho do público e trazendo ironicamente, junto com a Globo, uma nova chance para a atriz fora das telas e nos bastidores da Justiça.