
O Ministério Público ajuizou ação que inclui pedido de suspensão das vendas ao vivo realizadas por Virgínia Fonseca para sua marca WePink, alegando que tais transmissões são utilizadas como principal porta de entrada de consumidores que acabam sendo prejudicados.
Segundo o promotor responsável, com a interrupção dessas lives seria possível conter o fluxo de novos clientes que chegam atraídos pelas promessas veiculadas nesses eventos, muitos dos quais relatam problemas como atrasos, produtos inexistentes ou atendimento ineficaz. A estratégia de se comprar via live, afirma, intensifica o risco de lesão ao consumidor, dado o caráter impulsivo da compra.
Na ação, também constam pedidos de melhorias no atendimento, bloqueios de vendas até que as pendências sejam resolvidas e indenização na cifra de milhões para os consumidores prejudicados. O promotor aponta que a empresa e seus sócios têm responsabilidade direta pelas práticas consideradas abusivas.
Dados apresentados pela promotoria indicam que a WePink acumula mais de 120 mil reclamações de consumidores, muitas delas relacionadas às compras realizadas nas transmissões ao vivo, além da adoção de práticas como censura de manifestações críticas nas redes sociais. Essas estatísticas reforçam o argumento do MP de que as lives contribuem para perpetuar um padrão de captação de clientes vulneráveis.
A empresa e Virgínia Fonseca ainda não foram declaradas culpadas. A ação tramita no âmbito judicial e prevê contraditório e ampla defesa. A eventual suspensão das lives será decidida por juízo competente, que avaliará a urgência e o risco à coletividade.