
Nesta manhã, o Brasil viu uma imagem difícil e, ao mesmo tempo, profundamente simbólica: Val Marchiori, emocionada, cortando o próprio cabelo antes de iniciar o tratamento contra o câncer de mama. Foi um gesto íntimo, de entrega e vulnerabilidade, que atravessou a tela e tocou o país. Naquele instante, mais do que uma mulher cortando os fios loiros que a acompanharam por tantos anos de brilho e televisão, o que se viu foi o nascimento de uma nova Val: uma mulher que começa a encarar a dor de frente, sem disfarce, e transforma o medo em um gesto de inspiração transparente.
Cortar o cabelo, para quem enfrenta o câncer, é mais do que uma preparação física; é um ato simbólico de coragem. É como se cada mecha caída levasse um pouco da angústia, da incerteza, da ideia de que a beleza está apenas na aparência. O cabelo, nesse contexto, deixa de ser um enfeite e passa a ser testemunha de uma travessia. O que Val fez, diante das câmeras, foi transformar a vaidade em força, e mostrar que a beleza verdadeira é a que floresce quando a vida testa os nossos limites.
Há quem enxergue na imagem uma despedida, mas o que ela simboliza é um recomeço. Um recomeço de cura, Val. O espelho que hoje refletiu suas lágrimas e bravura será o mesmo que, daqui a um tempo, refletirá um sorriso de vitória. Quando a cura chegar, Val, porque ela vai chegar, você poderá olhar para esse vídeo e se lembrar da mulher que você foi nesse dia: firme, assustada, humana, mas incrivelmente forte. Essa lembrança será o marco de que a dor foi só uma etapa, e que a força sempre esteve dentro de você, à espera do momento certo para emergir.
É importante dizer o que estou vendo sobre você hoje, Val: por trás do estereótipo da socialite, da mulher exuberante e midiática, uma Val generosa, solidária, que se preocupa. Quem a conhece de verdade já sabia disso. E agora, ao expor sua fragilidade diante do vídeo, você se torna uma mulher gigantesca: porque sua luta é também a luta de tantas mulheres que, em silêncio, travam a mesma batalha.
Val, você não está sozinha. O Brasil está com você, de mãos dadas. Que essa imagem, a da tesoura, do cabelo caindo, do choro que liberta, se transforme na lembrança de um começo, não de um fim. Porque cortar o cabelo não é perder, é preparar-se para vencer. Que daqui a um ano, quando a cura for celebrada, você veja esse vídeo e reconheça: “ali estava a mulher mais forte que eu já fui”. Força, Val. O Brasil não vai soltar a sua mão. A gente tá aqui, na sua cola, e vai celebrar com você cada passo da sua vitória.