Creo Kellab agride Fabiano e é expulso do reality da Record
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Creo Kellab agride Fabiano e é expulso do reality da Record




A expulsão de Créo após o soco em Fabiano era um desfecho previsível para qualquer reality show que se sustenta na tênue fronteira entre o conflito e o colapso. O que surpreende não é o ato em si, mas a narrativa que surgiu logo depois: a justificativa de que ele “perdeu a cabeça” por causa da situação da mãe. Embora a dor seja legítima e o drama pessoal não possa ser minimizado, há elementos que exigem uma análise mais profunda: não para julgar, mas para compreender o que esse episódio revela sobre escolhas, responsabilidades e prioridades.

Como a coluna se prende as decisões tomadas pelo jogo dentro da casa, avalio que o comportamento do Créo sugere um deslocamento emocional típico de quem vive sob pressão: canalizar para o outro uma tensão que, no fundo, pertence a um conflito interno, afinal, reality shows também são microcosmos sociais com regras, contratos e símbolos. Mas, para este colunista, a decisão mais controversa não foi o soco. Foi permanecer no jogo enquanto a mãe está entre a vida e a morte.

A escolha de seguir no programa é, no mínimo, um gesto que tensiona os limites do valor da família, da responsabilidade afetiva e da própria noção de prioridade na vida adulta. Falo aqui não como juiz, mas como alguém que se coloca no lugar de um pai, de uma mãe. Se eu tivesse gerado uma criança, cuidado, protegido e dedicado décadas da minha vida, e então, às portas de uma situação iminente de risco de vida, descobrisse que meu filho optou por seguir em um reality show… eu repensaria profundamente quem eu formei. Não é sobre Crel; é uma reflexão universal. Não importa dinheiro, contrato, pressão. Nada disso devolve o tempo em que se pode apenas segurar a mão de quem nos deu tudo. E essa ausência, essa escolha, pesa mais do que qualquer briga televisionada.

Por isso, para mim, Crel errou duas vezes. Primeiro ao optar por ficar no programa e não estar ao lado da mãe. Depois, ao deixar que esse conflito interno transbordasse em violência contra um colega. O soco é condenável, a agressão é inaceitável, mas o erro maior é o que não foi televisionado: o afastamento, consciente, de quem dedicou a vida inteira a ele. Ainda assim, é preciso cuidado. Ele vive um luto antecipado, uma tormenta emocional real. Criticar suas escolhas não significa negar sua dor. Significa apenas lembrar que, entre a fama e a família, nenhum reality vale mais do que a vida.

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