

A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) contra Davilyn Leite Castello veio como resposta a um padrão persistente de perseguição, ameaças de morte, filmagens nas redondezas da academia frequentada pelo casal e publicações odiosas nas redes sociais. A Justiça impôs medidas cautelares, proibindo qualquer aproximação, presença física ou virtual, bem como manter distância mínima de 300 metros do casal e seus familiares.
Mas a ficha técnica de abuso não termina aí: segundo relatos da própria stalker, a perseguidora teria ido além do óbvio e tentado se manifestar até pelo extrato bancário. Ao realizar transferências via Pix, de valores simbólicos como 5 centavos para o cantor, ela aproveitou o campo de mensagem para o beneficiário deixando recados como “estou com saudades”. Nesse método, ela ultrapassou uma nova fronteira: a da intimidação digital camuflada de banalidade. Esse tipo de conduta expõe como o stalking moderno se apropria de qualquer espaço de vulnerabilidade: redes sociais, espaços públicos, e até mesmo transações financeiras.
O mais grave nessa escalada é o sentimento de vulnerabilidade constante imposto ao casal e suas filhas. Quando a perseguidora desrespeita reiteradamente ordens judiciais, faz ameaças diretas, e demonstra que está disposta a ir até o fim, ela não apenas atinge a privacidade: ela destrói a sensação de segurança, transforma a rotina em vigilância, e deixa claro que o medo acompanha cada movimento. Para autores de ameaças como essas, medida cautelar muitas vezes significa pouco se a vigilância e o assédio continuam.
Esse caso é um alerta claro: o stalkerismo deixou de ser uma questão trivial de fã obsessiva. É crime, invasão, e pode ser o início de algo mais sinistro. A persistência e a ousadia de quem recorre a Pix, redes sociais, perseguições físicas e mentais, tudo para insistir em um contato proibido, devem ser encaradas com a gravidade que merecem. A Justiça já tomou uma posição: agora cabe garantir que ela se mantenha firme. Nos próximos dias, o Tribunal vai decidir sobre os reiterados descumprimentos judiciais, ainda em curso por Davilyn Castello, que corre o risco de ser presa.