Alessandro Lo-Bianco

A acusação diz mais sobre o acusador

As injustas palavras do pastor Flávio Amaral contra padre Fábio expõe o pior lado de um ser humano contra o outro em momentos de dor

Padre Fábio de Melo
Foto: Foto: Reprodução / Instagram / @pefabiodemelo
Padre Fábio de Melo


O pastor Flávio Amaral, do Ministério Libertos por Deus, investigado pela morte de um fiél da igreja, acusou o Padre Fábio de Melo de utilizar a depressão como subterfúgio para esconder sua sexualidade. Essa declaração é não apenas infundada, mas também revela uma profunda falta de empatia e compreensão sobre a complexidade da saúde mental e da vida pessoal do sacerdote.

Padre Fábio de Melo tem sido uma voz ativa na defesa dos direitos humanos e na promoção de um discurso inclusivo dentro da Igreja Católica. Em diversas ocasiões, ele se posicionou a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo, afirmando que “a união entre duas pessoas do mesmo sexo não é uma questão religiosa, é uma questão civil. É um direito. Sua postura progressista e acolhedora tem sido um farol de esperança para muitos fiéis que buscam uma igreja mais inclusiva.


A depressão é uma doença séria que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, independentemente de sua orientação sexual ou vocação religiosa. Reduzir a luta de alguém contra essa enfermidade a uma suposta tentativa de ocultar aspectos de sua vida pessoal é desrespeitoso e desumano. Padre Fábio tem sido transparente sobre suas batalhas contra a depressão, compartilhando suas experiências para ajudar aqueles que enfrentam desafios semelhantes.

As insinuações do pastor não apenas carecem de fundamento, mas também perpetuam estigmas prejudiciais que cercam tanto a saúde mental quanto a sexualidade. Em vez de promover a compreensão e o apoio mútuo, tais comentários fomentam a intolerância e o preconceito.

É imperativo reconhecer e respeitar a coragem de indivíduos como Padre Fábio de Melo, que, apesar de suas próprias lutas, continuam a servir à comunidade com compaixão e integridade. Atacar alguém que já enfrenta desafios pessoais é uma demonstração clara de insensibilidade e falta de compaixão.

Esse tipo de atitude merece rígida reprovação. Devemos nos concentrar em apoiar uns aos outros, especialmente aqueles que têm a coragem de compartilhar suas vulnerabilidades publicamente. A verdadeira liderança espiritual se manifesta na empatia, no amor e na compreensão, qualidades que Padre Fábio de Melo exemplifica em sua jornada.

Se alguém não tem a dignidade e a sensibilidade de oferecer apoio a quem sofre, que ao menos tenha o mínimo de decência de não atrapalhar. Usar o sofrimento alheio para tentar lacrar ou alimentar polêmicas vazias não é apenas desonesto, é cruel. É nojento. É criminoso.