Um esquema de fraude envolvendo promessas de grandes lucros tem causado a ruína de dezenas de investidores que acreditaram nas promessas de Vinícius Matheus Oliveira Guerra de Melo, empresário acusado de estelionato. O caso, que começou a ser investigado em 2021, revela a criação de empresas fictícias para captar recursos com a promessa de investimentos lucrativos em cabeças de gado e no setor da construção civil. O problema é que a história também envolve o cantor MC Livinho, que teve a cobertura de R$ 4 milhões bloqueada sob suspeita de ocultação de bens. A coluna explica: O empresário, que obteve uma grande base de seguidores nas redes sociais, chegou a atrair investidores de alto porte, incluindo os autores da ação, Caio César, Amanda Saraiva e Felipe Saraiva, que perderam milhões de reais.
Vinícius, por meio de suas empresas V2 Comércio de Animais Vivos EIRELI e NSJ Construtora, oferecia aos investidores promessas de lucros que iam de 3% a 100% ao mês, além da garantia de resgates rápidos e sem penalidades. Em 2021, Caio e Amanda investiram R$ 1 milhão, enquanto Felipe aplicou R$ 80 mil, atraídos pelas promessas de bons rendimentos. No entanto, após meses de investimento, os retornos prometidos não foram pagos, e os contratos firmados começaram a se mostrar falsos. Foi só em outubro de 2021 que Vinícius admitiu aos investidores que a empresa "havia quebrado".
A situação se agravou quando o empresário, que à época mantinha uma imagem sólida de sucesso, começou a dilapidar seu patrimônio pessoal. Ele vendeu imóveis por valores abaixo do mercado para amigos próximos e supostos sócios, como MC Livinho, e o casal Ivana e Angelo Cavallari. As transações, ocorridas logo após o colapso financeiro das empresas, chamaram a atenção das autoridades, que iniciaram investigações por fraude e estelionato.
Em novembro de 2021, o caso ganhou repercussão em uma reportagem do programa “Cidade Alerta” da TV Record, que revelou que até mesmo integrantes de facções criminosas haviam sido lesados pelos esquemas de investimento fraudulentos. A matéria detalhou que a V2 Comércio de Animais Vivos causou um prejuízo estimado de R$ 3 milhões. A partir da reportagem, diversos outros investidores se apresentaram às autoridades para denunciar Vinícius, reforçando as acusações de estelionato. Além das perdas financeiras, os envolvidos no esquema enfrentaram dificuldades legais. A polícia iniciou investigações criminais e diversos boletins de ocorrência foram registrados contra Vinícius. Entre 2021 e 2022, pelo menos seis denúncias de fraude foram formalizadas, com o caso sendo tratado como crime de estelionato. Investigações adicionais indicam que Vinícius pode ter envolvimento com outros crimes, embora ainda aguarde julgamento.
A cobertura de MC Livinho acabou sendo bloqueada pela Justiça no meio dessa história, e agora o artista luta na Justiça para provar que também teria sido vítima de um golpe. Isso porque a Justiça fez buscas para encontrar algum patrimônio de Vinícius que pudesse ser bloqueado como garantia para pagar os lesados. Ocorre que, após o apontamento de que o empresário teria uma cobertura de seis milhões para ser penhorada, o imóvel foi rapidamente devolvido a MC Livinho, levantando dúvidas sobre uma suposta movimentação para ocultar os bens.
MC Livinho se defende na Justiça
MC Livinho se manifestou sobre as acusações feitas contra ele. De acordo com a defesa do artista, ele não foi cúmplice das ações fraudulentas que lesaram os autores da ação, afirmando que também foi vítima, assim como as partes envolvidas.
O caso gira em torno de investimentos e a negociação em torno da cobertura de Livinho, que supostamente teria sido usada para ocultar o patrimônio do empresário para enganar os autores. Mas, ainda de acordo com a defesa de Livinho, o artista foi levado a investir em um negócio envolvendo Vinícius e um apartamento de sua propriedade.
"O cantor, que estava tentando vender seu próprio imóvel, acreditava que, com a venda do apartamento, poderia aplicar o capital em um negócio lucrativo com o réu. No entanto, descobriu que a situação financeira de Vinícius estava comprometida, o que levou o artista a tentar reaver o imóvel de volta.", diz uma parte da defesa no processo. Livinho argumenta que, em nenhum momento, houve pagamento real nas transações e que a transmissão de propriedade ocorreu apenas formalmente, sem envolver dinheiro.
Além disso, MC Livinho destacou que os autores da ação estavam, na realidade, mais próximos de Vinícius do que dele, o que, segundo ele, desqualificaria as alegações de envolvimento direto. Ele ainda refutou as acusações de fraude e dilapidação de patrimônio, reforçando que, até o momento, não houve pagamento nas transações e que ele se viu prejudicado, assim como os autores.
A defesa também afirmou que, apesar de ter reavido o imóvel, Livinho enfrenta complicações devido a penhoras que recaem sobre a propriedade, originadas de processos judiciais envolvendo Vinícius. O caso está sendo investigado pelo poder judiciário, ainda sem solução.