Mãe de Matheus fala mal de Isabelle para defender o filho.
Reprodução / TV Globo
Mãe de Matheus fala mal de Isabelle para defender o filho.


Vazaram nesta semana áudios constrangedores da mãe de Matteus, o “Alegrete” do BBB24, criticando Isabelle Nogueira, insinuando que a cunhã não tratava bem o seu filhinho querido. E como se já não bastasse um episódio lamentável, voltamos a revisitar outra cena do mesmo enredo: Dona Vilma, mãe de Diogo, que também fez questão de opinar negativamente sobre Aline, dizendo que ela não tratou o filhão como ele merecia. A pergunta que não quer calar é: por que ainda estamos assistindo marmanjos com barba na cara tendo suas relações amorosas tuteladas por suas mães?

Não há mais espaço — ou paciência — para homens que vivem relacionamentos sob o crivo da aprovação materna depois de uma certa idade. Enquanto as mulheres conquistam cada vez mais independência, autonomia financeira e emocional, ainda nos deparamos com filhos que não conseguem sair debaixo da barra da saia da mãe. Isso não é afeto, é imaturidade. Pior: é comodismo disfarçado de zelo familiar. Quando um homem adulto permite que a mãe interfira na maneira como ele vive suas relações, ele não está sendo amoroso — está sendo infantilizado por escolha própria.



É no mínimo curioso que, em pleno 2025, um relacionamento amoroso cm marmanjos precise e sofra interferências por um crivo maternal. Isso diz muito sobre o tipo de homem que ainda vive uma vida emprestada, sem teto próprio — e não estou falando apenas da casa física. Estou falando da falta de autonomia emocional, da dependência de validação materna para escolher com quem se relacionar, como se estivesse escolhendo um brinquedo novo na infância e esperando a aprovação da mãe na prateleira. 

Conhecida lá fora pela expressão "supervised by the mother", diga-se de passagem que esse vem sendo um dos principais motivos para o término de relacionamentos entre jovens no mundo inteiro, ainda na fase do namoro. Em alguns países, por exemplo, já existem dados bem quantitativos de pacientes que levam os relatos aos consultórios, em sua totalidade, homens. "A minha mãe acabou com meu relacionamento", por sinal, também tem sido uma frase comum nos consultórios. A resposta dos psicanalistas e psicólogos não costuma ter variações. "É você quem autoriza!".

Esse tipo de dinâmica revela um problema maior: a dificuldade de cortar o cordão umbilical simbólico. E isso tem consequências diretas nas relações amorosas. A mulher que se envolve com um homem assim nunca se relaciona apenas com ele — ela se relaciona com uma família inteira, com uma sogra ciumenta, com cobranças veladas e com críticas injustas. A relação, que deveria ser entre duas pessoas, vira um campo minado de expectativas maternas e ressentimentos mal resolvidos.

Não é sobre amar menos a mãe. É sobre saber que amar a mãe não pode ser desculpa para a própria falta de maturidade. Um homem que precisa da mãe para aprovar suas relações não está pronto para viver uma relação adulta. Ele ainda está preso em um modelo infantilizado de afeto, onde a mãe ainda é a figura que valida ou não a sua escolha.

Relacionamento não é extensão da infância nem da sala de estar da sogra. O que essas mães falam diz muito sobre os filhos que criaram — e mais ainda sobre os homens que escolheram continuar nesse papel de menino mimado. Quem quer um relacionamento maduro, precisa antes de tudo viver uma vida autônoma. Inclusive emocionalmente. 

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