
A recente viralização do vídeo da prefeita de Marituba, Patrícia Alencar, dançando de biquíni no TikTok, reacendeu debates sobre o papel e as prioridades de um gestor público. Embora não haja ilegalidade na exposição pessoal nas redes sociais, é legítimo questionar se esse é o foco adequado para uma liderança municipal diante das urgências que assolam a cidade.
Marituba enfrenta uma crise sanitária alarmante. Na cidade, é poquíssimo o esgoto que é gerado, coletado e tratado, resultando em mais de 2,4 milhões de metros cúbicos de esgoto despejados na natureza anualmente. Além disso, o aterro sanitário local, que recebe cerca de 40 mil toneladas de resíduos por mês, tem causado sérios problemas de saúde na população, incluindo doenças respiratórias, dermatológicas e contaminação da água.
A população tem denunciado há anos os impactos negativos na cidade, como o mau cheiro constante, a presença de pragas e a degradação ambiental. Relatórios apontam altos níveis de poluentes como mercúrio e arsênio nos corpos hídricos próximos, afetando diretamente a saúde dos moradores. Apesar das promessas de encerramento das atividades de váriso agentes causadores dessa tragédia anunciada, a situação persiste, e os moradores continuam expostos aos riscos.
Enquanto isso, a prefeita se dedica a atividades que, embora pessoais, destoam das necessidades urgentes da cidade. A presença ativa nas redes sociais poderia ser uma ferramenta poderosa para mobilizar a população e buscar soluções para os problemas locais. No entanto, a escolha por conteúdos que não dialogam com a realidade enfrentada pelos munícipes levanta dúvidas sobre o comprometimento com a gestão pública, justamente quando se exerce um cargo público.
Em Marituba, onde os desafios são muitos e complexos, basta uma pequena pesquisa com os moradores do município para entender que é é necessário direcionae seus esforços e likes para melhorar as condições de vida dos cidadãos, priorizando ações efetivas em saúde, saneamento e infraestrutura. A visibilidade de um prefeito nas redes sociais deve ser usada para promover transparência e engajamento cívico, sem desviar a atenção dos problemas reais que afetam a comunidade.