
A Globo tem discutido as peças do seu novo tabuleiro jornalístico para outubro: Há uma expectativa para a despedida de William Bonner do "Jornal Nacional", enquanto César Tralli deixaria o "Jornal Hoje" para assumir o posto mais alto do telejornalismo brasileiro. Na esteira das mudanças, Roberto Kovalick é indicado como novo âncora do "Jornal Hoje", mas a escolha vem enfrentando resistências internas. Segundo fontes do executivo do canal, Kovalick é considerado técnico demais para edição do almoço, com pouco apelo popular, e descrito como "robótico" e com um estilo excessivamente radiofônico, o que preocupa setores da emissora que esperavam uma escolha mais carismática para manter a audiência do horário.
O nome de Andrea Sadi chegou a circular como possível sucessora de Tralli, mas pesaram contra sua efetivação as críticas do público quanto à sua performance nas edições de sábado. Internamente, reconhece-se que Sadi tem ótimo trânsito na cobertura política, mas sua apresentação no vídeo ainda sofre com a dicção dura, postura tensa e dificuldade em se soltar no ao vivo, pontos que a própria jornalista tem tentado aprimorar, mas que ainda são percebidos como entraves para comandar um telejornal diário em rede nacional.
Outro movimento que pegou bastidores de surpresa foi a intenção de Ana Paula Campos como titular do H1", bloco de notícias vespertino da emissora. A aposta majoritária era no nome de Marcelo Pereira, mas pesou contra ele a avaliação de que ainda não possui o repertório necessário para um noticiário de amplitude nacional. A direção da Globo considera hoje que Marcelo ainda está "cru" para temas mais densos, como política externa internacional, preferindo consolidá-lo primeiro em espaços mais confortáveis.
Com a saída de Bonner, um ciclo histórico se encerraria, e a nova formação dos telejornais passa a ser testada sob o olhar atento do público e da crítica. A transição, embora natural, mostra que nem sempre há nomes prontos para preencher cada espaço, e que o prestígio técnico nem sempre é suficiente quando o vídeo exige presença, fluidez e empatia.