A Globo quer transformar a nostalgia das vinhetas de fim de ano em um novo modelo de negócio. Após a Folha de S.Paulo divulgar que a emissora pretende faturar cerca de R$ 10 milhões com inserções comerciais na clássica canção “Hoje é um novo dia”, a coluna descobriu como essa ideia deve sair do papel. O plano inicial era incluir as marcas diretamente no clipe coletivo, mas o receio de “desconfigurar” o espírito natalino do vídeo fez o departamento comercial estudar uma alternativa mais criativa, e individualizada.
Além da tradicional vinheta clipal de uma grande produção com todos os artistas juntos, a emissora estuda gravar pequenas vinhetas protagonizadas por celebridades em situações cotidianas que remetem às marcas patrocinadoras. Um dos exemplos discutidos é o de Luciano Huck, que apareceria em um caixa eletrônico dizendo: “Hoje a festa é nossa, a festa é sua, a festa é de quem quiser, e o 'banco x' quer estar mais um ano com você.”
Outro formato cogitado envolve Ana Maria Braga anunciando: “Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, quem vier. E sabe quem vem deixar sua mesa saborosa nesse ano de 2026, os pratos e alimentos da "marca x"?
Essas versões seriam exibidas paralelamente à vinheta tradicional, que continua sendo um dos maiores símbolos de fim de ano da televisão brasileira. A ideia é que cada marca tenha uma peça exclusiva, estrelada por um rosto da Globo que combine com seu público e seu tom de comunicação. Assim, o canal manteria o espírito emotivo e coletivo da campanha, ao mesmo tempo em que amplia seu espaço comercial em um dos períodos mais lucrativos do ano.
Nos bastidores, há quem veja a iniciativa como um passo ousado e inevitável diante da nova lógica de financiamento da TV aberta, cada vez mais dependente de parcerias comerciais sofisticadas. Entre a emoção do “hoje é um novo dia”, a Globo parece disposta a provar que até a magia de dezembro pode caber no plano de mídia.