Narcisa critica imitação de Tiago Barnabé e dispara: “Humorista que não tem graça?”
SBT
Narcisa critica imitação de Tiago Barnabé e dispara: “Humorista que não tem graça?”


Há uma diferença enorme entre ser um personagem e ser uma caricatura involuntária de si mesma. Narcisa, a original, outrora figura curiosa da alta sociedade carioca, parece não ter percebido que o tempo da excentricidade encantadora ficou para trás. Agora, o que resta é uma tentativa desesperada de se manter em pauta, e o alvo, convenhamos, é o mais conveniente possível: Tiago Barnabé, o humorista que ressuscitou a imagem dela e a transformou, ironicamente, em algo leve, divertido e fraterno. 

Desde que percebeu a repercussão das próprias palavras ao atacá-lo, Narcisa parece ter entendido que falar do Tiago dá ibope. É o velho truque do escândalo como moeda de visibilidade: só que, neste caso, soa mais como o canto do cisne. Porque, sejamos francos, se há alguém que tornou “Narcisa” novamente popular, não foi a própria Narcisa: foi Tiago Barnabé, com sua interpretação divertida, carismática e respeitosa, que deu um novo ar a uma figura que já soava datada, ultrapassada e, para muitos, irrelevante de tão cafona.


O público, no fundo, já fez sua escolha. Gosta mais da versão de Barnabé porque ela é leve, bem-humorada e não carrega o ranço das atitudes deploráveis da original, atitudes essas que não vem a furo mais citar, pois o Brasil está cansado de saber. O humor de Tiago funciona porque humaniza; o exibicionismo de Narcisa cansa porque humilha. Enquanto ele faz rir, ela desperta incômodo. E, ao tentar desqualificá-lo chamando-o de “sem graça”, acaba revelando o próprio ressentimento de ter se tornado coadjuvante da própria história.

O tempo em que Narcisa gerava mídia por mérito próprio acabou. O que sobrou é um jogo oportunista: usar o nome de Tiago Barnabé para tentar espremer os últimos segundos de atenção. Mas o público percebeu e começou a criar ranço. Porque o Brasil já entendeu que, sem Tiago, Narcisa seria apenas uma socialite cafona e demodê; com Tiago, ela ganhou uma sobrevida. E agora, ao atacar o humorista, ela não destrói a piada: destrói o pouco de graça que ainda restava nela mesma. Já está na hora de Narcisa perder o palco dado por Barnabé. Esse palco vale ouro para muitas outras personalidades. Só assim, a realidade baterá nua e crua em sua porta, ou melhor, não baterá mais.

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