Alessandro Lo-Bianco
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Dado x Marcela: polícia pede câmeras corporais dos PMs

Depoimento do porteiro torna-se peça-chave na investigação. Nesta manhã (18), Marcela passou por exames no IML

Dado Dolabella
Foto: Reprodução/Instagram - 08.03.2024
Dado Dolabella

Uma das principais frentes de avanço no inquérito que apura a denúncia de violência doméstica feita por Marcela Tomaszewski contra o ator Dado Dolabela veio de um depoimento prestado no fim de semana: o do porteiro do prédio onde ocorreu a briga. Além do que já havia sido relatado por Marcela, por Dado e pela mãe da jovem, o testemunho do funcionário se tornou central para a 14ª DP.

De acordo com fontes da unidade policial, ele foi questionado sobre como chegaram à portaria os pedidos de outros moradores para que fosse chamada uma viatura, bem como sobre o que os vizinhos afirmaram estar ouvindo: tipos de gritos, barulhos e eventuais ofensas, e que motivaram o acionamento da polícia. Como se sabe, quando um porteiro se vê na obrigação de chamar a PM, é porque há relatos consistentes de um episódio grave ocorrendo no interior do prédio.


Ainda de acordo com fontes da 14ª DP, diante da riqueza de detalhes apresentados pelo porteiro, outros moradores não serão intimados a depor. Segundo essas informações, o relato do funcionário concentrou suficientemente o conteúdo do que os vizinhos observaram e repassaram à portaria no momento da briga, permitindo à polícia evitar novas intimações e focar na análise objetiva desse depoimento.

Além disso, a coluna apurou com exclusividade que, a partir do que o porteiro narrou sobre a movimentação de entrada e saída durante o conflito, a polícia requisitou as imagens do circuito interno de segurança do edifício, incluindo câmeras do hall, da rua e do elevador, a fim de acompanhar a conduta de ambos ao longo do trajeto. De acordo com investigadores, as câmeras podem indicar eventuais ofensas, tentativas de coação ou outras nuances de comportamento que ajudem a compor a linha do tempo da agressão.

Câmeras corporais dos PMs

Com exclusividade, confirmamos também que todas as imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais militares que atenderam à primeira ocorrência, desde a chegada ao prédio até a condução de Marcela e Dado à delegacia foram oficialmente requisitadas. A Polícia Civil já comunicou a PM sobre a necessidade desse material, e as gravações, que existem, inclusive com aúdios, estão preservadas e serão enviadas para uma análise minuciosa.

A avaliação dessas imagens é considerada estratégica porque elas podem registrar com nitidez os hematomas e lesões iniciais no corpo de Marcela, feitos durante o primeiro atendimento, quando os policiais conversam com as partes a curta distância. Para os investigadores, esse conteúdo tem potencial de mostrar sinais mais claros de violência ou coerção, algo fundamental para a reconstrução dos fatos.

Essas imagens, somadas ao depoimento do porteiro e aos demais elementos do inquérito, devem oferecer à polícia um panorama mais amplo do que ocorreu antes, durante e depois da briga, incluindo detalhes sobre movimentação, reações e comportamentos. A expectativa na 14ª DP é de que o conjunto de provas ajude a firmar a narrativa dos acontecimentos e a esclarecer pontos na apuração preliminar.

Exame no IML

Na manhã desta terça-feira (18), Marcela compareceu ao Instituto Médico-Legal (IML) para registrar oficialmente os ferimentos decorrentes da briga. O procedimento é importante porque o IML trabalha comparando fotos e vídeos feitos no dia da ocorrência com o estado atual das mesmas regiões do corpo, verificando se as lesões finais são compatíveis com o que foi registrado anteriormente. Marcela apresentou sequelas na mão, incluindo dor persistente e redução de movimento em um dos dedos, e passou pelo exame justamente para atestar que esses resquícios correspondem às lesões exibidas nas imagens já anexadas ao inquérito.