
Conheço Juliana Palmer há pelo menos 19 anos. E, antes que ela soubesse quem eu era, eu já acompanhava seu trabalho com a mesma atenção com que um repórter acompanha um grande desfile. Na época em que eu circulava pela redação da Tititi buscando caminhos para chegar a certas celebridades, alguns nomes de assessores surgiam sempre como bússolas confiáveis, e o dela era um desses. Eu sabia que, por trás das figuras mais disputadas do Carnaval, havia uma profissional que atendia a imprensa com precisão, firmeza e delicadeza. A Ju era essa ponte. E, ao longo de quase duas décadas, acompanhar seu trabalho virou também uma forma de acompanhar o jornalismo que gravita em torno dele.
Juliana nasceu dentro da engrenagem desse mundo: filha de Élcio PV, Mestre-Sala do Século, e de Dóris, que lhe ensinou que nenhum legado se sustenta sem estudo. Cresceu entre bandeiras, ensaios e câmeras, fascinada por aquela movimentação que transformava sua casa em ponto de encontro da imprensa. A menina que carregava um microfone imaginário e dizia “eu vou ser jornalista” transformou essa profecia infantil em vocação adulta. Desfilou nas maiores escolas, foi porta-bandeira mirim, mas preferiu o bastidor ao holofote, a palavra à coreografia. Em 2004, ingressou na faculdade.
Foi assim que se tornou estrategista de imagem de figuras importantes do Carnaval, da Associação Brasileira de Municípios à família de Ronaldo Fenômeno, coordenando ações, eventos e premiações que alcançaram repercussão internacional. E enquanto isso construía uma reputação acadêmica, dando palestras em faculdades. Quando decidiu unir o jornalismo ao Carnaval, sua carreira encontrou uma simetria rara: tornou-se a mente por trás da comunicação de rainhas e musas, de Milena Nogueira a Bianca Monteiro, de Raissa de Oliveira a Carla Prata. Tudo com o mesmo rigor de 19 anos atrás.
Juliana sempre entendeu que comunicar não é apenas projetar imagens, é proteger histórias. E talvez por isso tenha sido capaz de produzir conteúdos que se tornaram pratos cheios para nós, jornalistas, como o reencontro de um pai e um filho separados pela dor, e a mobilização para dar dignidade ao caso de uma jovem grávida desaparecida. Quem já trabalhou na famosa editoria 'Geral' de uma redação, já escutou muitas histórias, inclusive pelo trabalho da Ju.
Além disso, basta uma breve pesquisa para perceber que seu nome circula com respeito na Câmara dos Vereadores, nas quadras, nos camarotes, nas redações e nas rodas de quem pensa o Carnaval seriamente. Mas, para mim, que a acompanho desde muito antes, seu maior mérito é outro: ela continuou sendo aquela menina de seis anos que acreditava que podia iluminar o mundo contando histórias. E conseguiu. E, no fim das contas, é por isso que sua trajetória, tão profundamente ligada ao samba e à imprensa, nunca passa despercebida. Ju Palmer merece RESPEITO!
