A advogada de Linn da Quebrada, Juliana Souza, registrou nesta tarde de sexta-feira (25) um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), em São Paulo, em defesa da participante Linn da Quebrada, que foi vítima de transfobia praticada por três apresentadores durante a transmissão do podcast Tarja Preta FM.
A advogada conversou com este colunista e explicou que os ataques foram reportados à equipe de Linn da Quebrada por meio de e-mails e também pelas redes sociais. Durante bate-papo entre os apresentadores Robert Kifer, Arthur Petry, Bianca e Kaio D'Elaqua, a cantora foi chamada mais de uma vez de "troço", o que causou enorme e imediata indignação e revolta por toda internet.
"Eu acho que tem que parar de chamar travesti de ela. Começa a chamar de 'troço' que aí ninguém vai reclamar. Se alguém me chamasse de ele, eu só iria falar assim: Não, eu não sou ele", disse Bianca, durante o bate-papo com os colegas. "Nossa, mas o "troço" (Linn) fica bravo lá (no BBB). Fica bravo, né?", completou a apresentadora durante a conversa.
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Outras ofensas também foram foram direcionadas à Linn da Quebrada pelos apresentadores. De acordo com a advogada, mais de três crimes foram praticados contra a participante. Após a repercussão, o vídeo foi ocultado do canal do Youtube. O canal Tarja Preta FM também deletou a conta oficial no Instagram, assim como os apresentadores Arthur Petry e Bianca.
Ainda de acordo a com a advogada Juliana Souza, todos os apresentadores irão responder individualmente na esfera criminal pelos crimes de transfobia. Um processo também será aberto contra cada um - e também contra o canal - na esfera civil em razão dos danos morais sofridos por Linn da Quebrada.
Juliana também pretende obter - além dos danos morais que serão pleiteados para Linn da Quebrada - uma condenação para os apresentadores em caráter coletivo, ou seja, uma compensação para outros setores da sociedade que se sentiram ofendidos. A advogada adintou que já está iniciando diálogo com algumas instituições que lutam contra crimes de transfobia representando a categoria e que poderão ser beneficiadas.
Uma retratação pública também será pedida na Justiça. Juliana ressaltou que tem orgulho em defender Linnda Quebrada, e que nesse caso o Direito representa um importate instrumento de luta, uma vez que diversas pessoas são diariamente atacadas como vem acontecendo com Linn da Quebrada, porém naõ estão em um reality para que os ataques ganhem visibilidade e, com isso, possam receber uma dura e necessária resposta nos ditamos da lei.
A advogada lembrou que o Brasil é um dos países que mais registra assassinatos pautados em transfobia, e que o comportamento dos apresentadores só reforça esse tipo de crime.