William Bonner não pretende ficar no JN até 2025
Globo
William Bonner não pretende ficar no JN até 2025


Âncora e editor-chefe do Jornal Nacional, o jornalista William Bonner teria procurado a direção geral de Jornalismo da TV Globo e comunicado recentemente que não pretende cumprir o contrato renovado em agosto de 2021 até o ano de 2025. Segundo fontes deste colunista que transitam na direção de contratos da emissora, Bonner teria relatado que programa sua saída do principal telejornal da casa após a cobertura das eleições presidenciais e os primeiros meses após o início do governo eleito.

A coluna escutou mais de uma fonte na emissora sobre essa movimentação. Outra fonte que faz parte do quadro de executivos da emissora também confirmou a informação e reforçou que a intenção do jornalista é deixar a grade entre abril e agosto de 2023. A informação vem da mesma fonte deste colunista que relatou com um ano de antecedência que Faustão e Tiago Leifert deixariam a emissora, assim como Fátima Bernardes deixaria o Encontro. Os três casos foram noticiados pela coluna com exclusividade um ano antes de serem confirmados oficialmente. A Globo chegou a negar por um período todas as movimentações até - depois de alguns meses - confirmar tudo por meio de comunicados oficiais.


Essa não é primeira vez que Bonner vai à direção da emissora manifestar o interesse pela sua aposentadoria na emissora. O jornalista já foi convencido a renovar três vezes o seu contrato após os mesmos comunicados. Em 2021 o âncora do Jornal Nacional completou 35 anos de trabalho na emissora, destes 25 anos foram totalmente dedicados ao Jornal Nacional.

Na penúltima vez que Bonner renovou seu contrato após manifestar pela segunda vez seu interesse em encerrar seu ciclo no JN, a Globo conseguiu manter o apresentador na casa dobrando de R$ 450 mil para R$ 800 mil sua folha salarial, além de direcionar para o jornalista algumas regalias. Na época foi concedido a Bonner folgas pelos períodos de estafa enfrentados na emissora, redução da jornada de trabalho que chegava a atingir até 12 horas por dia com a função que também desempenha como editor-chefe do JN, além de uma folga semanal entre segunda e sexta-feira, e férias anuais que poderiam totalizar até dois meses por ano.

Durante as negociações para efetivar sua penúltima renovação, Bonner também solicitou uma condição. Que um adendo contratual fosse colocado em seu contrato. O adendo falava de uma renovação mais curta, com a possibilidade dele deixar a emissora, se assim desejasse, após o período de 18 meses, que venceu em agosto de 2021. Na época Bonner completava 57 anos e, segundo amigos próximos de trabalho, a intenção do apresentador era se aposentar antes de completar 60 anos.

Ainda de acordo com fontes da direção de contrato da emissora, a intenção de Bonner era se mudar para Portugal, e estar mais próximo do filho, que acabava de se mudar para Paris. Naquela época, Bonner também sentia após 35 anos de trabalho na emissora a pressão de ser o principal "porta voz político" da emissora. "Amado por uns, e odiados por outros', foram desabafos feitos com colegas de profissão justificando parte da intenção de fazer valer sua aposentadoria na Globo. 

Entretanto, com a Pandemia acendendo os holofotes de todo o mundo, e com isso novos rumos políticos que o país enfrentava, a família Marinho pegou pesado para renovar mais uma vez o contrato com Bonner. Foi autorizado a abertura do caixa da emissora em R$ 86 milhões para conseguir segurar o apresentador. Naquela época a Globo discutia a importância ainda do apresentador após a pandemia em razão da cobertura jornalística da campanha e da eleição presidencial. A verba disponibilizada então para o apresentador foi de R$ 1 milhão e 800 mil mensais, totalizando os R$ 86 milhões para o bolso do apresentador em quatro anos, até 2025. 

A coluna apurou que - após levar esse novo comunicado para direção da casa - Bonner não estaria mais disposto a ser convencido pela quarta vez a ficar na emissora até 2025. A vontade do apresentador seria deixar o cargo e se aposentar do Jornal Nacional entre abril e agosto de 2023, certo de que a emissora tem plena consciência de que a última negociação realizada com ele teve como real motivo a cobertura jornalística da eleição presidencial deste ano. 

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