Cantor Mumuzinho foi condenado na Justiça a pagar quase R$ 2 milhões para antigas empresárias
Divulgação
Cantor Mumuzinho foi condenado na Justiça a pagar quase R$ 2 milhões para antigas empresárias


O sambista Mumuzinho foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e terá que indenizar suas antigas empresárias em R$ 1,8 milhão, em razão de um processo de cobrança milionário pelo rompimento de contrato com o escritório Mania Shows. As antigas empresárias - que eram responsáveis pelo agenciamento artístico do cantor - abriram o processo e exigiram do artista o pagamento de uma multa de cerca de R$ 1,5 milhão, além da cobrança judicial de danos morais e perdas e danos que, somados à multa, atingiriam a cifra de R$ 3,5 milhões.

De acordo com as empresárias e responsáveis pela Mania Shows, Vera Maris Ferreira e Maria Silvino Brandão - que já estiveram à frente de trabalhos com Lobão, Ira, Kid Abelha, Ed Motta, Cidade Negra, O Rappa, Lulu Santos, Lenine, Vanessa da Mata, entre outros - o cantor teria começado a ser agenciado pelo escritório quando ainda estava no mercado independente - sem selo e gravadora - ocasião em que se apresentava em locais sem expressão e estrutura (como bares) acompanhado apenas de um violinista com cachê de R$ 5.000.



Ainda de acordo o processo, logo no primeiro ano de agenciamento Mumuzinho teve um faturamento de R$ 667 mil. No segundo ano o valor subiu para R$ 877 mil. E no terceiro ano de agenciamento atingiu a soma de mais de R$ 1,5 milhão. As empresárias afirmaram também à Justiça que mediaram o contrato do músico com uma grande gravadora, a Universal Music, ocasião em que o cantor lançou seu primeiro DVD ao vivo e passou a faturar com grandes contratos publicitários. Em dois anos Mumuzinho já havia lançado um disco e passava a se apresentar também nos palcos mais importantes do país, principalmente no eixo Rio-São Paulo. O escritório afirma que trabalhou de forma árdua para o crescimento do sambista e que mais à frente ele já estaria lançando o seu segundo álbum, solidificando então uma carreira de sucesso com o trabalho prestado.

Não tardou e Mumuzinho recebeu o disco de ouro, e, segundo o processo, em pouco tempo já estaria fazendo propagandas na televisão com cachês que chegavam a R$ 250 mil. Ele passaria a ostentar carro de luxo, uma casa e mais três apartamentos. Entretanto, a relação entre os três entra em conflito quando Mumuzinho decide romper o contrato com a Mania Shows antes do lançamento de quarto CD, conforme determinava o contrato.

"Sem caráter"

Segundo as empresárias alegam nos autos, Mumuzinho seria uma pessoa "sem caráter, leviano, maquiavélico e ardiloso". As antigas agenciadoras do cantor informaram à Justiça que o artista queria pagar R$ 400 mil pela multa referente ao rompimento do contrato em diversas parcelas, mas alegaram que o cálculo da multa a ser paga seria, na verdade, de R$ 750 mil. As empresárias ainda disseram nos autos que Mumuzinho teria feito algo nefasto: antes do destrato contratual ele teria assinado um novo contrato com o escritório que era vizinho de porta do local onde a empresa funcionava. As empresárias informaram à Justiça que o músico apenas enviou uma notificação extrajudicial comunicando o destrato e rompeu de forma unilateral os negócios. Elas ainda destacam que o cantor teria feito o convite para que os produtores que trabalhavam na antiga agência fossem com ele para o novo escritório. Vera e Maria dizem que o artista arquitetou um "golpe sujo".

Mumuzinho se defendeu no processo e assumiu que decidiu romper o contrato. Mas o músico afirmou que tomou a decisão em razão da inexecução de diversas ações contratuais por parte da antiga agência e considerou também que estava com a carreira paralisada sem vislumbrar crescimentos profissionais. Durante a ação, o sambista chegou a oferecer uma indenização de R$ 320 mil às antigas agenciadoras, mas a proposta não foi aceita.

O processo acaba de terminar com a condenação do cantor ao pagamento de R$ 1,8 milhão. Mumuzinho não recorreu da sentença, mas pediu para pagar de forma parcela: uma entrada de meio milhão e o restante em seis parcelas. O pedido foi aceito pelas antigas empresárias e a sentença homologada há poucos dias pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!