
Em nenhum outro lugar do mundo parece tão comum o absurdo de quem está errado se achar no direito de processar quem está certo. O episódio envolvendo o ator Antônio Fagundes é emblemático: um casal, que chegou atrasado à peça decidiu processar o artista por ter sido impedido de entrar após o início do espetáculo. Vale lembrar que a regra de pontualidade é amplamente divulgada.
Fagundes, com mais de 40 anos de carreira, sempre prezou pela pontualidade e pelo respeito ao público que chega no horário. Impedir a entrada de atrasados é uma prática comum em teatros ao redor do mundo, visando não interromper a experiência dos espectadores pontuais. No entanto, no Brasil, essa postura profissional é questionada por aqueles que não cumprem as regras estabelecidas.
O mais preocupante é que esse tipo de processo não apenas desafia o bom senso, mas também sobrecarrega o sistema judiciário com demandas infundadas. Em vez de reconhecerem sua falha, os atrasados buscam responsabilizar quem apenas cumpre o certo. É uma inversão de valores que precisa ser corrigida de forma metodológica, além do pagamento das custas processuais.
A Justiça deve atuar com firmeza nesses casos, não apenas rejeitando ações sem mérito, mas também educando a sociedade sobre a importância de respeitar regras claras. Se continuarmos permitindo que o errado se sinta no direito de processar o certo, corremos o risco de desestimular comportamentos éticos e profissionais. É essencial que casos como o de Fagundes sirvam de exemplo para reforçar a necessidade de responsabilidade individual e respeito coletivo. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais educada.
Que a Justiça coloque cada um em seu devido lugar, lembrando que, embora o Brasil seja conhecido por seu espírito festivo do Carnaval, não podemos permitir que a desordem prevaleça em detrimento do respeito e da pontualidade, como se vivessemos em festa o ano inteiro.