A credibilidade construída ao longo de décadas por Celso Portiolli tem sido alvo de criminosos que se aproveitam de sua imagem e alta credibilidade para aplicar golpes na internet. Conhecido por sua carreira sólida no SBT e por jamais ter seu nome associado a escândalos, o apresentador vem enfrentando uma onda de fraudes digitais nas quais sua imagem, voz e identidade são falsificadas com o uso de tecnologias como inteligência artificial. De acordo com informações obtidas pela reportagem, ao menos seis desses golpes já resultaram em processos judiciais com decisões favoráveis a Portiolli.
Um dos casos mais graves foi o primeiro identificado, no qual bandidos criaram um vídeo com uso de inteligência artificial, simulando o apresentador pedindo que internautas fizessem investimentos em criptomoedas. A manipulação incluía imagem, voz e trejeitos de Celso, o que levou muitas vítimas a acreditarem na veracidade do conteúdo e a caíren no golpe.
Outro crime também bastante disseminado é o uso da imagem do apresentador para a venda de supostas fórmulas de rejuvenescimento, o que representa uma invasão ainda mais preocupante por atingir diretamente a área da saúde.
Há ainda outras fraudes sendo analisadas pela Justiça. Em uma delas, golpistas simularam uma propaganda em que o apresentador indicaria um remédio sublingual capaz de restaurar a visão, prometendo a cura de problemas como catarata sem a necessidade de cirurgia. Já em outro caso, criminosos usaram o rosto de Portiolli para divulgar um produto contra artrite e artrose, também sem qualquer respaldo do artista.
A multiplicidade dos golpes revela a abrangência do problema. Um quinto caso denunciado envolve anúncios com promessas de abertura de crédito usando o nome de Portiolli, enquanto o sexto e mais alarmante trata de uma falsa campanha solidária. Nessa fraude, a imagem do apresentador foi usada em uma postagem pedindo doações via PIX para ajudar um menino fictício chamado Gabriel, que supostamente estaria com câncer e sem dinheiro para o tratamento. Havia diversos comentários de internautas na postagem validando suas contribuições em razão da credibilidade do apresentador.
Em comum, as decisões judiciais desses processos vêm garantindo pedidos de tutela de urgência para a retirada imediata dos conteúdos falsos do ar e a derrubada dos perfis e URLs responsáveis. Além disso, a Justiça tem determinado que as plataformas forneçam, no prazo de 5 a 15 dias, dados técnicos como IPs, datas, horários e portas lógicas de origem, referentes aos acessos feitos nos seis meses anteriores ao início de cada ação.
A assessoria de imprensa de Celso Portiolli, por meio do SBT, afirmou que é impossível conter esse tipo de crime digital sem o envolvimento efetivo das plataformas. Segundo o comunicado, para cada golpe derrubado, surgem pelo menos outros 20. Os advogados do apresentador agora também processam as plataformas por negligência.
Em sua defesa, Portiolli utiliza uma tecnologia que comprova a falsidade das postagens com dados e relatórios confiáveis. A pergunta que fica é: se essa tecnologia já está disponível, por que as grandes plataformas não a utilizam para impedir que esse tipo de conteúdo sequer vá ao ar? O apresentador tem feito sua parte, mas, como destaca sua equipe, é essencial que as plataformas também assumam sua responsabilidade.