Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba
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Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba


Em um cenário onde a população clama por saúde, educação, alimentação, trabalho e segurança, a Prefeitura de Sorocaba decide investir tempo em uma ação que beira o surreal: promover atividades com bebês reborn para crianças na própria prefeitura. Enquanto hospitais enfrentam falta de insumos e escolas carecem de infraestrutura básica, a administração municipal opta por entreter com bonecas hiper-realistas, distribuindo réplicas de ultrassom, certidões de nascimento e carteiras de vacinação fictícias. Parece uma fake news. Mas é real. E tem tudo a ver com o nível dos políticos que nós mesmos elegemos.

O prefeito Rodrigo Manga, conhecido por sua presença nas redes sociais, parece mais interessado em viralizar vídeos do que em resolver os problemas reais da cidade. A ação, embora anunciada como sem custos para o município, mobiliza secretarias e servidores públicos, desviando-os de suas funções essenciais. Afinal, quem paga o salário desses funcionários? O contribuinte, que espera serviços públicos de qualidade, não performances para likes e compartilhamentos. Então essa fala de que o projeto não tem custos. Tem sim. Tempo no serviço é dinheiro. Quando a prefeitura tira tempo para esse tipo de coisa, esse tempo está sendo pago com o dinheiro público.


A justificativa de que a iniciativa não gera despesas diretas é, no mínimo, questionável. O uso de espaços públicos, a mobilização de pessoal e a logística envolvida têm, sim, um custo, ainda que não apareça nas planilhas oficiais. Além disso, o tempo dedicado a essas atividades é tempo subtraído de ações que poderiam, de fato, melhorar a vida dos cidadãos. 

É preocupante observar como a gestão pública se rende ao espetáculo, transformando a administração em um palco onde o que importa é a aparência, não a substância. Enquanto isso, a população é distraída com entretenimentos vazios, permanecendo alheia às verdadeiras prioridades que deveriam nortear as políticas públicas.

A alienação promovida por ações como essa é perigosa. Ela desvia a atenção dos cidadãos dos problemas estruturais que afetam suas vidas, como a precariedade dos serviços de saúde, a deficiência na educação e a insegurança nas ruas. Em vez de fomentar a consciência crítica e o engajamento cívico, a prefeitura opta por infantilizar a população, oferecendo distrações em vez de soluções. Além disso, os bebês serão emprestados por duas horas àqueles que não tem dinheiro para comprar um, estimulando ainda mais o consumo desenfreado neste tipo de coisa, onde famílias tiram de onde não tem para agradar os filhos, que entregarão os bonecos de volta à prefeitura sedentos por um.

É hora de a sociedade cobrar responsabilidade e seriedade de seus governantes. A administração pública deve ser pautada pelo compromisso com o bem-estar coletivo, não por estratégias de marketing pessoal. Afinal, enquanto os gestores brincam de casinha com bonecas, a realidade exige ações concretas e eficazes para enfrentar os desafios que afligem a população. Funciona assim: enquanto você se distrai brincando de boneca, eu vou tocando daqui... É uma vergonha!

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