Welligton Camargo destila ódio disfarçado de religião contra Preta Gil
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Welligton Camargo destila ódio disfarçado de religião contra Preta Gil


Não há como rebater um insulto rasteiro com contemplação. Quando Welington Camargo ( e aqui é necessário dizer que é irmão do cantor Zezé de Camargo, decide gravar um vídeo poucos dias após a morte de Preta Gil para insinuar, de forma torpe e vil, que o câncer que a matou seria consequência de sua orientação sexual, ou de alguma fala que ele interpreta como “escarnecimento de Deus”, não estamos diante de um mal-entendido religioso. Estamos diante de uma covardia imoral. A fala não é só desrespeitosa com a memória de Preta, mas é também uma mutilação vergonhosa contra tudo que é humano, digno e sagrado nesse momento. Quando alguém se esconde atrás de versículos para vomitar preconceito, o problema não é o livro: é quem o segura.

Welington diz que “não queria desrespeitar”, mas desrespeita. Diz que sente muito, mas destila juízo. Diz que envia abraço à família, mas entrega uma bofetada envolta em falso pano de fé. Essa hipocrisia milimetricamente calculada, típica de quem confunde palco com altar, merece ser desmascarada. A mesma boca que agora prega moralidade já esteve nos noticiários por motivos bem distantes da fé: de prisões a escândalos familiares. Com que moral ele fala? Nenhuma. Nenhuma. E é preciso dizer: há pessoas que, quando falam, envergonham mais do que quando erram em silêncio.


A história da Preta é marcada por coragem, por reinvenção, por enfrentamento de dores públicas com honestidade e força. Associar sua morte a uma suposta “vingança divina” é não só ignorante, mas cruel. Só uma alma profundamente adoecida pode associar a dor de alguém à punição de um Deus que, na teologia que Welington finge professar, é amor. Preta jamais precisou pedir licença para existir. Já Welington, ao que parece, nunca soube o que é merecer ser ouvido além da sombra do irmão. E talvez esteja aí a raiz de seu veneno: inveja de quem conseguiu ser inteiro sem precisar da piedade familiar alheia.

No fim das contas, fica a sensação de que erraram no membro amputado. Não era a orelha que deveriam ter lhe tirado. Era a língua, que insiste em tentar pregar, quando não aprendeu sequer a respeitar. Falar de Preta no momento da sua morte exige grandeza de espírito. Silenciar, neste caso, seria uma bênção que Welington infelizmente desperdiçou por ter um verdadeiro Deus tão longe de si. E que fique registrado, com a sobriedade de quem se recusa a aceitar esse tipo de discurso como “opinião”: não, não se escarnece de Deus, mas sim de quem o usa como desculpa para sua própria miséria moral. A língua de Welligton Camargo é heresia pura!

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