Claudinho e Buchecha
Reprodução/Instagram - 23.06.2022
Claudinho e Buchecha


Uma ação judicial corre na 1º Vara Civil da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, e discute um assunto de extrema gravidade, que pode expor mais uma vez a 'máfia dos cemitérios'. Os restos mortais do cantor Claudinho, da dupla Claudinho & Bochecha, simplesmente desapareceu do jazigo perpétuo da família. O espaço foi vendido clandestinamente para outra família, e desde 2021 outros restos mortais encontram-se no jazigo.

Claudinho teve sua carreira interrompida por um acidente de carro fatal no último dia do mês de julho de 2002. Na época, a fim de preservar a memória eterna de Claudinho para os fãs e familiares, a esposa e viúva de Claudinho - Vanessa - recebeu da gravadora Universal Music o título 0825m, registro do jazigo perpétuo nº 7471, que seria destinado a guardar perpetuamente o corpo do cantor. 



De acordo com os autos do processo, o presente da gravadora para a família representava o valor artístico de Claudinho, e assegurava um local digno para guardar os restos mortais e a memória do cantor. 

Ocorre que Vanessa, viúva de Claudinho, descobriu que os restos mortais de Claudinho simplesmente desapareceram do jazigo perpétuo comprado pela gravadora. A descoberta chocante veio inicialmente pelas redes sociais. Mais tarde a confirmação: no local onde deveria estar os restos mortais do cantor estava os restos mortais de Mercedes Lema Suárez de Mato. 

Ainda de acordo com os autos, Vanessa tomou conhecimento do caso através das redes sociais por um fã do cantor, que esteve no cemitério para visitar o jazigo do artista. "Os restos mortais do cantor não mais se encontravam em seu devido jazigo e sim de outra pessoa, diante de uma realidade perturbadora, que não apenas viola o direito à memória e ao luto, mas também expõe falhas graves no gerenciamento dos espaços cemiteriais", diz um trecho do processo.

Este colunista entrou em contato com Vanessa, que confirmou o caso. A viúva de Claudinho contou que foi ao cemitério assim que tomou conhecimento do caso, e procurou a administração. Inicialmente foi questionada sobre o interesse pela procura do túmulo perpétuo do cantor, e após se identificar como viúva do artista recebeu um "e-mail para reclamações". 

Vanessa ainda contou para este colunista que após duas horas buscando uma solução na administração do cemitério confirmou que os restos mortais do artista foram exumados ilegalmente, sem autorização da família, e direcionado a um 'ossário geral'. Seus restos mortais foram colocados numa caixa junto a outros sete restos mortais de outras sete pessoas. 

Sem uma explicação a respeito da retirada dos restos mortais do cantor de um jazigo perpétuo, ou seja, eterno, o cemitério apenas respondeu a viúva que teria 'enviado um telegrama' avisando, que nunca foi recebido pelos familiares. O caso agora está sendo investigado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

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